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Organização
Mundial da Saúde |
A Poliomielite e seus sintomas
A poliomielite (pólio) é uma doença altamente contagiosa provocada
por um vírus. O mesmo invade o sistema nervoso, e pode provocar
paralisia total numa questão de horas. O vírus penetra no corpo
humano através da boca e multiplica-se no intestino. Os sintomas
iniciais são: febre, fadiga, dores de cabeça, vómitos e rigidez
no pescoço e dores nos membros. Uma em cada 200 infecções conduz
a uma paralisia irreversível (geralmente nas pernas). Entre os que
ficam paralisados, 5 a 10% morrem quando os músculos que permitem
a respiração ficam imobilizados.
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Quem corre o risco de contracção da pólio
A pólio afecta principalmente crianças com menos de cinco anos de
idade.
Prevenção contra pólio
Até a data não existe cura para a pólio, esta somente pode ser prevenida.
A vacina da Pólio, administrada várias vezes pode proteger a criança
por toda a vida.
Prevalência dos casos da pólio
Desde 1988, os casos de Pólio decresceram em mais de 99%, de uma
estimativa de mais de 350 000 casos, para 1919 casos oficialmente
conhecidos no ano 2002(até 16 de Abril de 2003). Esta redução é
resultado do esforço mundial para erradicar da doença.
INICIATIVA GLOBAL PARA ERRADICAÇÃO DA PÓLIO
Lançamento
Em 1988, na quadragésima primeira Assembleia Mundial de Saúde, onde
participaram 166 membros delegados de Estados Membros, se fez o
lançamento da Iniciativa Global para Erradicar a pólio até ao fim
do ano 2000. Esto acontece depois de haver-se logrado a confirmação
da erradicação da varíola em 1980, confirmação do progresso alcançado
durante a década 80, para a eliminação do vírus da pólio no continente
americano e o compromisso do Rotary Internacional para angariar
fundos para proteger todas as crianças desta doença.
Progresso
No total, e após 15 anos do lançamento da Iniciativa Global para
Erradicação da Pólio, o número de casos decresceu em mais de 99%,
de uma estimativa de mais de 350 000 casos, para 1919 casos oficialmente
conhecidos no ano 2002 (até 16 de Abril de 2003). No mesmo período
de tempo, o número de países infectados com pólio reduziu de 125
para 7.
Em 1994, foi oficialmente declarado à Organização Mundial de Saúde
(OMS), no continente americano (representada em 36 países), que
esta parte do mundo estava livre da pólio, seguindo-se da Região
Ocidental do Pacífico, onde a OMS está igualmente presente (representada
em 37 países e áreas incluindo a China) no ano 2000 e da Região
Europeia, onde a OMS também se encontra presente (51 países) em
Junho de 2002. Vastamente endémica em cinco continentes em 1988,
actualmente a pólio só é incidente em algumas partes do continente
africano e no sul do continente asiático.
O progresso efectuado de 2001 a 2002 inclui
uma redução de países endémicos de pólio, de dez para sete. Mais
de 500 milhões de crianças foram imunizadas em 93 países durante
266 actividades suplementares de imunização (SIAs). A nível mundial,
a supervisão da pólio melhorou no ano 2002, como foi reflectido
no aumento das taxas de Paralise Flácida Aguda (PFA) de 1.6 em 2001
para 1.9 em 2002, representando desta forma uma detecção ainda maior
de casos (PFA).
Apesar destes resultados, a Iniciativa para Erradicação da Pólio,
verificou um aumento de casos a nível mundial em 2002, mais que
no ano 2001. Em 2002, 1919 casos foram declarados (até 16 de Abril
de 2003), comparativamente aos 483 em 2001. Este aumento pode ser
atribuído à epidemia na Índia, e no aumento de casos na Nigéria.
Objectivos
Eis os objectivos da Iniciativa Global para a Erradicação da Pólio
- Interromper a transmissão do vírus da pólio selvagem o mais
cedo possível, e certificar que todas as regiões onde a OMS
esteja presente fiquem livres da pólio até ao fim do ano 2005;
- Implementar o programa de trabalho que põe termo á pólio,
incluindo a repressão do vírus selvagem da pólio, garantir que
a nível mundial se efectue a erradicação total da pólio e garantir
igualmente a criação de uma política de imunização pós-erradicação;
- Contribuir para o desenvolvimento dos sistemas de saúde,
reforçando a rotina de imunização e vigilância das doenças transmissíveis.
Estratégias
Existem quatro estratégias principais para travar a transmissão
do vírus selvagem da pólio:
- Cobertura elevada de imunização da criança, com quatro doses
da vacina oral da pólio no primeiro ano de vida;
- Doses suplementares da vacina oral da pólio para todas as
crianças com menos de cinco anos de idade, durante os Dias Nacionais
de Imunização (DNV).
- Vigilância do vírus selvagem da pólio através de relatórios
e de testes laboratoriais, de todos os casos de paralise flácida
aguda (PFA), entre as crianças com menos de quinze anos de idade;
- Campanhas de barrido, sempre que a transmissão do vírus selvagem
da pólio estiver limitada a uma área de foco específica.
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Antes que uma região em que a OMS esteja presente,
possa ser certificada como estando livre da pólio, devem ser satisfeitas
três condições: (a) pelo menos três anos de confirmação de nenhum
caso de pólio devido ao vírus selvagem; (b) garantia no critério
da vigilância; (c) cada país deve demonstrar a capacidade de detectar,
notificar e reagir aos casos de pólio "importados". O armazenamento
laboratorial do vírus deve ser controlado e deve ser garantida
nos locais de fabricação, a gestão segura do vírus selvagem na
Vacina da Pólio Inactiva (IPV), antes que se possa certificar
que o mundo esta totalmente livre da pólio.
O Grupo Mundial Consultivo e Técnico para a Erradicação da Pólio
(TCG) está a supervisionar um programa de pesquisa e construção
consensual, que conduzirá ao desenvolvimento das opções da política
de imunização pós-erradicação da pólio. Estas opções serão consideradas
pela Assembleia Mundial de Saúde já no ano 2005.
Coligação
A Iniciativa Mundial para a Erradicação da Pólio (IGEP) é liderada
pela OMS, Rotary Internacional, Os centros norte-americanos para
o control e prevenção de doenças (CDC) e pelo Fundo das Nações
Unidas para as Crianças (UNICEF).
A coligação para erradicação da pólio inclui:
* Os governos dos países afectados pela poliomielite;
* Fundações Privadas (ex. Fundação das Nações Unidas, Fundação
Bill & Melinda Gates);
* Bancos de Desenvolvimento (ex. Banco Mundial);
* Governos doadores (ex. Austrália, Áustria, Bélgica, Canada,
Dinamarca, Finlândia, Alemanha, Irlanda, Itália, Japão, Luxemburgo,
Países Baixos, Noruega, Reino Unido e os Estados Unidos da América);
* A Comissão Europeia;
* Organizações Humanitárias e não-governamentais (ex. a Cruz Vermelha
Internacional e as Sociedades do Crescente Vermelho); e
* Parceiros empresariais (ex. Aventis Pasteur, De Beers and Wyeth),
os Voluntários nos países em desenvolvimento também desempenham
um papel chave: mais de dez milhões participaram nas campanhas
de imunização em massa só no ano 2002.
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PAÍSES QUE CORREM RISCO DE CONTRACÇÃO DA PÓLIO
Desde que só uma criança continue infectada com o vírus da pólio,
as crianças de todos os países correm o risco de contrair a doença.
Em Janeiro de 2003, uma criança no Líbano, ficou paralisada devido
á pólio, este foi o primeiro caso do género registado naquele
país em quase dez anos. A sequência genética confirmou que este
caso específico foi resultado da importação do vírus da pólio
da Índia. O vírus da pólio pode ser facilmente importado para
um país sem pólio, e pode alastrar-se rapidamente entre populações
não imunizadas. Em meados de 2003, tivemos o conhecimento que
em sete países ainda persistia a transmissão do vírus da pólio.
Estos são os 7 países ou áreas onde a transmissão do vírus selvagem
se mantêm em ordem de intensidade de transmissão, de maior a menor
intensidade onde a transmissão ainda é activa no segundo semestre
de 2003,: norte da Índia, norte da Nigéria, Egipto, Paquistão,
Afeganistão, Somália e Niger.
PRIORIDADES PARA A ERRADICAÇÃO DA PÓLIO
Para se poder travar a transmissão do vírus selvagem da pólio
e optimizar os benefícios da erradicação da mesma, existem quatro
prioridades a nível mundial:
Eliminar a falta de recursos financeiros
São necessários recursos financeiros substanciais e externos para
apoiar os esforços dos países em desenvolvimento, na erradicação
da pólio. Apartir do fim de 2002, o sucesso da Iniciativa ficou
ameaçado pela falta de recursos financeiros verificado a nível
mundial de US$ 275 milhões, destinado a actividades planeadas
até aos finais do ano 2005. Estes recursos financeiros devem ser
assegurados para se poder efectuar a compra da vacina oral da
pólio (OPV), para planear e implementar os dias nacionais de imunização
e para as campanhas alvo, e para cobrir a Vigilância e os custos
laboratoriais. O custo de (IGEP), se a pólio não for erradicada
até ao fim de 2005, aumentará de US$ 100 milhões para US$ 150
milhões anualmente, até que a transmissão seja completamente eliminada.
Foi necessário abrandar uma série de actividades de erradicação
devido á falta de US$ 85 milhões em meados de 2003. Desta situação
resultou, uma revisão das estratégias prioritárias a nível mundial
para a erradicação da pólio. Foi decidido que deviam ser prioritárias
as seguintes estratégias:
Travar a transmissão do vírus selvagem da pólio
A principal prioridade é abranger todas as crianças durante as
SIAs, nos restantes sete países endémicos. A Índia é o país prioritário,
pois tem o maior número de casos em todo o mundo (83%), e pela
primeira vez na história da Iniciativa, onde anteriormente as
áreas livres da pólio eram re-infectadas, assim que a epidemia
no estado nortenho indiano de Uttar Pradesh, se alastrou a outros
estados indianos, como Gujarat, Rajasthan e na parte ocidental
de Bengala, a Índia tornou-se no principal país alvo de todas
as atenções e esforços.
As outras prioridades baseam-se em proporcionar apoio aos restantes
países endémicos.
Obter o critério de garantia da vigilância
Á medida que o mundo se aproxima do estatuto de erradicação total
da pólio, a vigilância eficaz torna-se cada vez mais importante,
para uma rápida identificação de qualquer potencial surto, e para
gerir os mesmos de uma forma eficaz. Obter o critério de garantia
de vigilância é igualmente um requisito para garantir a erradicação
total da pólio a nível mundial. Mundialmente, a sensibilidade
da vigilância da (PFA) , aumentou em 2002, mais que em 2001 (de
uma taxa de non-pólio PFA de 1.6 para 1.9 por cada 100 000 crianças
com menos de quinze anos de idade). Apesar deste resultado, uns
certos números de países ainda não obtiveram o critério de garantia
da vigilância, particularmente na África austral (ex. Madagáscar
e Moçambique).
Capacidade de resposta a emergências
Em conjunção com uma vigilância eficaz, é essencial que a capacidade
de resposta se encontre no local da ocorrência, para realizar
as campanhas de resposta massiva de imunização no control de qualquer
importação do vírus selvagem da pólio rapidamente e de uma forma
eficaz nas áreas sem pólio. Para além disso, as campanhas de prevenção
das Actividades Suplementares de Imunização (SIA), serão levadas
a cabo em alguns países recentemente endémicos com grandes populações,
que correm risco de importar o referido vírus, tais como Angola,
Bangladesh, República Democrática do Congo, Etiópia, Nepal e Sudão.
IMPACTO DA INICIATIVA MUNDIAL DE ERRADICAÇÃO
DA PÓLIO
Desde o lançamento em 1988 da Iniciativa Mundial para a Erradicação
da pólio, a meta para a erradicação foi recomendada para 2005,
5 milhões de pessoas, principalmente nos países em desenvolvimento,
que de outra forma ficariam paralisadas, conseguirão andar pois
foram imunizadas contra a pólio.
Ao prevenir uma doença debilitante, a Iniciativa Mundial para
a Erradicação da pólio, ajuda desta forma a reduzir a pobreza,
dando ao mesmo tempo tanto ás crianças como ás suas famílias uma
maior oportunidade de levarem uma vida mais saudável e produtiva.
O facto de se ter podido abranger crianças em todas as áreas e
países, resultou na imunização de quase dois biliões de crianças
a nível mundial, durante os dias nacionais de imunização (DNVs),
demonstrando assim que as intervenções de saúde bem planeadas
podem abranger as áreas mais remotas, afectadas por conflitos
e as áreas mais pobres. Só no ano 2002, 500 milhões de crianças
foram abrangidas em 93 países, como resultado destes esforços.
O planeamento para os DNVs, fornece dados demográficos chave;
como "localizar" pela primeira vez crianças em aldeias e famílias
remotas, e colocá-las no mapa para futuros serviços sanitários.
Na maioria dos países, a Iniciativa para a Erradicação da Pólio,
expandiu a capacidade de travar outras doenças, através da elaboração
eficaz de relatórios descritivos e de sistemas de vigilância,
formação de epidemiologistas e através do estabelecimento de uma
rede laboratorial mundial.
Os serviços de rotina de imunização foram reforçados em: cadeia
fria, transporte e comunicações para a imunização. No fim de 2001,
90% do pessoal em posse de fundos para o combate á pólio já está
envolvido na planificação e implementação de serviços rotineiros
de imunização e vigilância.
Só no ano 2002, 42 países administraram a vitamina A, durante
as actividades de imunização contra a pólio. Desde 1988, foram
prevenidas mais de 1.2 milhões de mortes infantis através da administração
da vitamina A durante as SIAs da pólio. Um estudo recente sugere
que no total, um milhão de mortes infantis foram prevenidas desde
1998, através da administração de vitamina A durante os (DNVs).
Em média, uma em cada 250 pessoas de um país, já estiveram envolvidas
nas campanhas de imunização contra a pólio. Milhares de voluntários
foram formados para realizar a distribuição de OPV(da vacina contra
a pólio) e vitamina A, desenvolvendo desta forma uma cultura de
prevenção as doenças.
Através da sincronização dos (DNVs) , muitos países estabeleceram
um novo mecanismo para uma maior coordenação de iniciativas sanitárias
além fronteiras com o objectivo de abranger todas as pessoas,
um modelo para a cooperação regional e internacional no sector
da saúde.
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BENEFÍCIOS FUTUROS DA ERRADICAÇÃO DA PÓLIO
Uma vez erradicada a pólio, o mundo pode celebrar não só a erradicação
desta doença, mas igualmente a práctica de uma boa acção pública
a nível mundial - algo que cada um de nós, independentemente da
raça, sexo, etnia, estatuto económico ou crença religiosa, pode
sempre beneficiar, não importa onde resida.
O benefício humanitário é enorme, entre 2002 e 2040, mais de dez
milhões de novos casos de pólio a nível mundial irão se manifestar.
Para além disso, o custo financeiro diminui bastante com a erradicação
da pólio, tanto como US$ 1.5 bilhões anualmente, fundos estes
que poderiam ser utilizados para resolver outras questões prioritárias
da saúde pública.
Para mais informações sobre a Iniciativa Mundial de Erradicação
da Pólio, veja
http://www.polioeradication.org
Para mais informações contacte:
Centro dos Meios de Comunicação Social
Telefone: (+41 22) 791 2222
Correio electrónico: mediaenquiries@who.int
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