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Institutos de Investigação clamam por maior apoio financeiro

Luanda, 28/10 - Os Institutos de Investigação Agronómica e Veterinária precisam de maior apoio financeiro para a realização de trabalhos de pesquisa, reabilitação das infra-estruturas, montagem de laboratórios e especialização de quadros.

Para o director do Instituto de Investigação Veterinária, Ditutala Lucas Simão, o Governo deve reforçar o apoio para aumentar a capacidade de intervenção da instituição.

Simão Ditutala que falava hoje à Angop sobre a situação do seu Instituto ressaltou a necessidade de existir maior sensibilidade da parte das autoridades competentes porque, em seu entender, "a veterinária hoje em dia é um bem público".

Justificou a necessidade de maior apoio à área da pesquisa, por causa do crescimento económico do país, que tem originado grande importação de animais de várias origens, até de países suspeitos em termos de pragas e doenças.

Acredita que se não se capacitar a área de pesquisa para que se faça diagnóstico, prospecção e experimentação, será difícil garantir o futuro, afirmando que sem investigação o investimento nesta área poderá ter resultados negativos.

"Actualmente existem muitas doenças animais e todos os anos surge uma nova epidemia", sublinhou, argumentando que, por este facto, está área requer muita atenção porque doutro modo o país será bastante vulnerável a tudo que for importado.

O director do Instituto de Investigação Veterinária solicitou ainda ajuda para o sector de experimentação para que o país deixe de importar animais.

Frisou ser necessário que Angola tenha também capacidade de melhorar os seus animais para que possa desenvolver cada vez mais a produção pecuária.

Ditutala Simão explicou que a investigação veterinária é bastante onerosa porque só em termos de infra-estruturas carece de muito dinheiro para criar "habitats" específicos para os animais, assim como laboratórios.

Informou que o instituto tem insuficiência, em termos de recursos humanos. O número de veterinários existente não dá para atender as necessidades do país.

Ditutala Simão frisou que apesar das dificuldades que a instituição enfrenta, ela tem registado já algumas melhorias em consequência da paz que tem permitido o regresso dos quadros e a reabilitação de infraestruturas de base como laboratórios e estações zootécnicas, destruidas durante a guerra. Perspectiva também a construção de infra-estruturas em áreas onde o instituto não está representado, como as províncias do Uíge, Zaire e as do leste do país.

Por sua vez, o director do Instituto de Investigação Agronómica, Joaquim César, declarou que a sua instituição, tal como as outras de pesquisa, também se ressente do problema de insuficiência de meios, em consequência da guerra, que deixou grande parte das suas infraestruturas destruídas.

As estações experimentais, prosseguiu, padecem de um grande problema de infrae-struturas que não estão adequadas a tarefas que são exigidas para a investigação.

Disse existir algumas estações com melhores condições, como a da Chianga (Huambo), da Humpata (Huíla) e da Cela (Kwanza Sul).

Referiu que estas difuldades dizem respeito essencialmente a exiguidade de recursos financeiros para a investigação na qualidade que se requer.

O conselho científico, esclareceu, estabeleceu um programa em que define as perspectivas do que deve ser feito anualmente e deparam-se geralmente com exiguidade de recursos para as tarefas a que se propõem.

Disse existirem condições de base para fazer um trabalho amplo e de grande impacto, tendo em conta o número de quadros que o instituto tem - 70 técnicos superiores e 95 médios- que considera ser um manancial importante para o trabalho que se pretende.

Mas, de acordo com Joaquim César, estes quadros precisam de refrescamento e de treinamento para adequar o conhecimento à prática.

O director declarou que o instituto está pronto para o futuro e, para isto, dispõe de um programa executivo a médio prazo que se enquadra num plano do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural para o período 2009-20013.

Quer o director do Instituto de Investigação Veterinária, como o de Investigação Agronómicas acreditam que com a contemplação, no Orçamento Geral do Estado, de uma rubrica destinada à investigação cientifica, o sector terá dias melhores.

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