Aprovação do OGE para 2008 constitui destaque da semana que finda
Luanda, 26/10 - A aprovação, sexta-feira, pelo conselho de ministros,
do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2008, comportando receitas e despesas na
ordem de 2,5 triliões de kwanzas, foi o maior destaque da actualidade económica
da semana que hoje finda.
Em relação ao OGE de 2007, o valor projectado para 2008 representa um
crescimento de 30%, e, em termos reais, as receitas totais deverão aumentar
cerca de 5,2 porcento, de acordo com o documento distribuído no final da sessão
do executivo angolano presidida pelo chefe de Estado, José Eduardo dos Santos.
O sector social, com 31,7 porcento da despesa total, continua a absorver a maior
proporção, seguido do sector económico com 24,6 porcento, registando-se uma
redução dos encargos financeiros e da despesa com o sector da Defesa e Segurança
e Ordem Pública com 14,6 porcento do OGE.
Noutra vertente, um novo poço de petróleo designado "Marimba
Norte" com capacidade prevista para produzir 80 milhões de barris
iniciou recentemente a sua actividade.
O campo Marimba Norte vai acrescer cerca de 40 mil barris/dia de capacidade
de produção máxima à actual produtividade do Bloco 15, que inclui o Xikomba e os
desenvolvimentos do Kizomba A e Kizomba B.
Com o acréscimo do Marimba Norte, o Bloco 15, passará a produzir cerca de
540 mil barris de petróleo/dia.
Durante a semana finda foi igualmente divulgado que o projecto imobiliário
residencial “Benguela Blue Ocean”, considerado o maior de África, vai consumir
cerca de dois mil milhões de dólares norte-americanos nos próximos 12 anos,
na construção de infra-estruturas habitacionais e sociais.
Com uma área total de mil 350 hectares (equivalente a mil 350 campos de
futebol),uma nova cidade, a ser erguida no município da Baía Azul, província de
Benguela, concebida para albergar 20 mil habitantes, contará com concurso de
"Benguela Blue Ocean". O empreendimento poderá estender-se ao longo de 600
hectares de planalto (quase desértico).
Foi também noticiado durante a semana, que o projecto "Aldeia Nova" vai
investir em acções de fomento e modernização agrícola, a partir deste ano, nas
províncias do Bengo, Benguela, Bié, Cabinda, Huambo, Lunda Norte, Malanje,
Moxico, Zaire e Uíge mais de 400 milhões de dólares norte-americanos.
O director-geral de Aldeia Nova, José Cerqueira, explicou que está em curso o
processo de identificação de localidades para a implantação dos projectos que
deverão albergar, na sua maioria, entre 200 a 300 famílias, à excepção do
Kiminha, na província do Bengo, que albergará pelo menos 500 famílias.
O custo médio estimado para cada projecto a implementar nestas regiões ronda
os USD 45 milhões, para assentar 200 a 300 famílias, disse o gestor,
exceptuando o de Kiminha que, devido ao seu elevado número de beneficiários,
terá encargos superiores a USD 50 milhões.
Por outro lado, Angola defendeu nesta semana, em Nova Iorque, durante os
trabalhos da 62ª Sessão da Assembleia Geral da ONU, uma reforma inclusiva do
sistema financeiro internacional e da sua gestão.
Ao intervir sobre o tema "Financiamento para o desenvolvimento", O director
para as Organizações Internacionais do Ministério das Relações Exteriores,
embaixador Virgílio Marques da Silva, sugeriu "uma maior voz e participação dos
países em desenvolvimento na tomada de decisões globais económicas".
O diplomata angolano defendeu o fortalecimento das consultas multilaterais nos
vários domínios do sistema internacional financeiro, tendo sublinhado que "os
países em desenvolvimento querem uma reforma inclusiva do sistema financeiro
internacional e da sua gestão".
|