Luanda, 20/06 - A sensivelmente vinte e quatro horas do "derradeiro" jogo da selecção angolana de futebol no mundial da Alemanha, diante da sua similar do Irão, aumenta, cada vez mais, a ansiedade dos cidadãos nacionais em ver o desfecho da partida, face à possibilidade que os Palancas Negras têm de passar aos oitavos-de-final.

Várias são as vozes que se levantam em torno do "desafio", convergindo todas ao mesmo ponto: o da vitória por mais de dois golos de diferença.

Mas ainda assim, somente a vitória dos Palancas Negras sobre os iranianos não é suficiente e, por isso, os angolanos vêem-se "obrigados" a torcerem para que os "irmãos" portugueses" vençam igualmente ao México por, pelo menos, dois golos de diferença.

O "sonho" de passar para a fase seguinte da Copa da Alemanha, onde Angola, diga-se em abono da verdade, não tem deixado seus créditos em mãos alheias, tem sido "alimentado" por indivíduos de quase todos os estratos da sociedade, desde vendedores ambulantes, funcionários públicos, estudantes, militares, deputados, dirigentes partidários a governantes.

Nos últimos tempos, todos estes têm "emprestado seu calor" a selecção e agora, mais do que nunca, aguardam expectantes pela hora do "jogo esperança", como alguns optam por designar.

A religião, logicamente, não está indiferente a este propósito, sendo que na maioria das igrejas os dias de domingo passaram a ser reservados à celebração de benção aos Palancas, tendo em vista uma boa prestação no mundial.

Depois de boa actuação na estreia, frente a Portugal para quem perdeu por 0-1, e bom resultado contra o México (empate a zero), Oliveira Gonçalves e seus pupilos estão cientes das responsabilidades que o último jogo da fase preliminar se lhes oferece e por isso tentarão dignificar o país e, conseqüentemente, o continente africano, ultrapassando o Irão.

Pelo que tem se observado, mesmo à distância, estão todas as condições garantidas. Apoios, capacidade, qualidade, serenidade, humildade e, sobretudo, respeito ao adversário são pressupostos indispensáveis à concretização do sonho, que a princípio era considerado, pelos mais céptico, como irrealizável.

Entretanto, adeptos de futebol há que clamam por maior eficácia do ataque nacional, enquanto outros preferem dar sugestões sobre o atleta que gostariam de ver jogar de início.

A defesa, muito criticada no primeiro encontro, deixou de ser preocupação dos aficionados, pois sofreu apenas um golo. Neste sector houve quem destacasse o guarda-redes João Ricardo, que fora já considerado pela Federação Internacional de Futebol Associado (FIFA) como melhor jogador em campo.

O título da FIFA coube a este no jogo contra o México, uma vez que o mesmo evidenciou-se, anulando todas as investidas do ataque adversário.

Angola vai defrontar quarta-feira, às 15 horas, o Irão, sem André Makanga, uma das suas peças mais influente no meio-campo. O atleta foi expulso no encontro anterior por acumulação de cartões.

Por Valentim de Carvalho