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Futebol/Mundial: De filho para pai, `capitão´ Palanca admira técnico

Celle, 19/06 (Dos enviados especiais) - É uma relação que dura há mais de 14 anos. Desde que Oliveira Gonçalves assumiu o comando dos Palancas Negras, em Novembro de 2003, Alcebiades Maieco "Akwá" encontrou no seleccionador nacional a pessoa ideal para desabafar seus problemas nos clubes onde passou e até pessoais, pelo que não troca por nada o que o une ao técnico.

O atacante de 29 anos de idade começou a evidenciar-se no futebol ainda na adolescência, no Nacional de Benguela, clube com o qual ascendeu ao estatuto de melhor marcador da equipa e cedo foi "sondado" pelo técnico Oliveira Gonçalves, mas na altura um "mero" espectador e ao serviço do Paviterra.

Nessa década de 1990, quer o treinador quer o jogador almejavam um dia chegar à selecção angolana, porém nada era fácil, como até agora, encontrando refúgio apenas no trabalho, com a esperança de que a sorte poderia bater-lhes a porta. E quando isso sucedeu, Akwá, no torneio de Toulon, chamou a atenção de vários críticos e iniciava-se a marcha vitoriosa rumo à fama.

"Quando eu era ainda juvenil, o professor Oliveira pediu ao técnico José Kilamba que acompanhasse minha evolução, na altura juvenil do Nacional de Benguela, e desde então foi sempre essa relação que considero de pai para filho", recorda o maior goleador dos Palancas Negras de todos os tempos (37 golos).

Segundo o atleta, que teve uma curta passagem pelos clubes portugueses do Benfica, Alverca e Acadêmica de Coimbra, o actual seleccionador nunca virou as costas para si, mesmo nos momentos mais difíceis da sua vida, por isso nada vai mudar a rotina da relação que os une um do outro.

Coincidência ou não, Akwá, descoberto e "lançado" por Oliveira Gonçalves no "onze" nacional, pode igualmente despedir-se dos Palancas Negras com o mesmo treinador, facto que marca profundamente o fim da sua carreira como futebolista, mas que relança ainda mais os laços "paternais" com o técnico.

"Seria muito lindo, se o final for esse", disse o ponta de lança, que está neste Mundial2006 sem clube e que pretende encerrar a sua carreira após o maior evento da FIFA, apesar de estar a reflectir sobre a possibilidade de ponderar a decisão a pedido de amigos e adeptos do país.

Rosto principal da equipa angolana, Akwá promete golos frente ao Irão. No entanto, realça que tudo depende das oportunidades que forem criadas. Mas a prestação até aqui dos seus companheiros tem sido a mais agradável possível, por isso confessou: "realizei o meu sonho de infância e só devo agradecer a todos o apoio dado".

Nascido em Benguela há 29 anos, o antigo jogador do Qatar SC, Al Gharaffa e Al Wakra (Qatar), foi o autor do golo histórico que qualificou Angola ao Mundial de futebol, no dia 08 de Outubro de 2005, em Kigali, frente ao Rwanda (1-0), na última jornada das eliminatórias africanas.

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