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Futebola/Mundial: País homenageia Palancas Negras

Luanda, 17/06 - Desde a noite de sexta-feira que, em diversos pontos do país se registam manifestações de satisfação e alegria a propósito da prestação da selecção nacional, que nesse dia impôs um empate à quarta selecção mais forte do mundo, o México, em partida do campeonato do mundo de futebol que decorre na Alemanha.

Logo após o apito final do árbitro, uma explosão de alegria e emoção preencheu as ruas de várias localidades do país, que de silenciosas e calmas passaram a ruidosas e agitadas. Por todo o lado surgiram treinadores de bancada, inclusive do sexo feminino, que não é muito comum, em Angola.

Os debates à volta do jogo "desaguavam" em João Ricardo. Mas também se abordou muito a fragilidade do ataque e a concentração da defesa, ou ainda as opções do treinador.

Em Luanda, buzinas, cornetas, apitos, tambores deram início a uma festa que prolongou noite a dentro e que até a manhã de hoje semana, já que o dia de hoje coincide com o último dia útil da semana.

Na cidade do Huambo passeatas automóveis nas principais artérias da urbe brindaram o primeiro da história do futebol angolano num Mundial. Vários automóveis, bicicletas, motorizadas e peões vindos de diversos pontos da cidade.

À medida em que o tempo passava, aumentava o número de apoiantes, crianças, jovens e adultos de ambos os sexos e de diferentes extratos sociais entre nacionais e estrangeiros entoando em uníssono "viva Angola estamos lá".

No Lobito, a espontaneidade popular também se fez sentir com os adeptos nas ruas, muitos apenas para conversar sobre o jogo. A opinião corrente é que faltou sorte ao Palancas para chegarem à vitória. Nesta cidade portuária já se começa a pensar na qualificação.

Na província mais ao norte o país, durante a partida que silenciou as artérias da cidade capital, confinando assim os munícipes junto dos ecrãs de televisão, a euforia, esperança e confiança numa vitória era o desejo de todos. Mas mesmo com o empate, no final a euforia dominou os citadinos que saíram a rua como podiam, de um meio de transporte ou a pé.

A passagem para os oitavos de final continua a ser uma das principais apostas dos adeptos dos Palancas na província petrolífera.

Em Malanje, onde se encontra o animal que dá nome a selecção nacional (Palancas Negras) os apoiantes do futebol angolano desta região consideraram de louvável o nível competitivo da equipa, apesar de admitirem que esperavam um resultado melhor. Mas conformaram-se com o empate.

"Reconhecemos que deveria haver pelo menos um golo, mas a selecção nacional apresentou-se melhor que no desafio com o Portugal, não foi fácil manter o resultado até ao final do jogo ante a presença dos craques do México", disse um adepto. Congratularam-se pelos esforços da defesa da selecção angolana, destacando sobretudo a entrega de Kaly e o guarda-redes João Ricardo, que na sua opinião evitaram golos para os mexicanos.

Relativamente as substituições, são de opinião que a entrada de Mantorras deu outro alento na partida e lamentaram a expulsão de André Macanga.

Pelas terras do café, província do Uíge, a festa levou centenas de pessoas às ruas da capital, munidas de bandeiras da república em viaturas, motorizadas e apeados, com objectos sonoros como, latas, trompetes, botijas, percorreram as diversas artérias da cidade.

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