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Portugal/Futebol: Palancas Negras dignificam o país

Por Jorge da Conceição

Lisboa, 17/06 (Da delegação da Angop) - Os Palancas Negras, autênticos heróis nacionais, mostraram quanto vale o esforço e o espírito de interajuda, de que resultou neste valioso empate diante do quarto qualificado no ranking mundial, o temido México, ao empatar por 0-0, neste importantíssimo jogo a contar para a segunda jornada.

Os angolanos, ao contrário do que muitos esperavam, inclusive alguns dos países africanos de língua portuguesa e da África Austral, deram, uma vez mais, mostras inequívocas, de quanto vale a humildade, a determinação e a unidade.

Angola, que perdeu apenas por uma bola a zero contra Portugal, tudo porque complicou a vida dos lusos, não deixando jogar, hoje esteve melhor, apesar de alguns erros que ainda se denotam no sector ofensivo. Aliás um problema já verificado durante a fase apuramento: A falta de golos!

Contudo, os mexicanos não estiveram melhor, provas da insegurança demonstrada, ao terem decidido fazer marcação pressionante ao capitão Akwá, que mesmo sem marcar reteve dois ou mais adversário sob seu controlo.

Em Portugal, a comunidade, que mesmo trabalhando, muitas vezes em condições difíceis, juntou-se, sobretudo, em Lisboa, no Parque do Calhau, no Monsanto, para, mesmo com a chuva que se faz sentir na Europa nesta época do ano, para vibrar,sofrer e festejar um resultado que dá garantias plena para a última partida, diante do Irão.

Em cafés, residências, parques, um pouco por todos os pontos do território luso, inclusive nos mais remotos, os angolanos mostraram de forma particular pertencerem a um povo único, apesar de muitas vezes incompreendidos, em determinadas fases da sua história.

A prestação dos jogadores neste mundial, mesmo estando ainda na sua fase inicial, acaba de reconfirmar a capacidade invejável dos angolanos que mesmo contra um árbitro irregular e com menos um companheiro, foram capazes fazer os mexicanos a render-se às claras evidências, graças à audácia e a ousadia.

O futebol, indubitavelmente, tem constituído num "handicap" valioso nesta fase histórica de unidade e reconciliação, com maior realce no exterior onde a heterogeneidade é muitas vezes aproveitada por aqueles que intencionalmente continuam com a sua propaganda dilatória, visando prender os angolanos a um passado que no país já foi exemplarmente enterrado.

Angola está unido, da mesma forma como exemplarmente decidiu partir para a via do desenvolvimento económico e da democracia, mesmo sem contar com a ajuda substancial - muito propalada, por isso, podem orgulhar-se do desempenho destes jovens que tem suado, dando todo o seu sacrifício para dignificá-la.

Foi assim que os jogadores entraram hoje para o campo, acreditando nas suas capacidades, jogando com determinação, corrigindo alguns erros cometidos sobretudo no sector defensivo e mesmo pressionado por um adversário mais forte resistiu até ao apito final do árbitro.

Agora que venha o Irão, que os angolanos saberão, com o "fair play", mostrar que com humildade e determinação ainda poderão passar a próxima fase, sem qualquer ajuda.

A comunidade em Lisboa, no Porto, Coimbra, Braga, Algarve, Setubal, Aveiro, Santarém, Leiria, Covilhã e em outros pontos, irão continuar vestidos a rigor, com as cores vermelha, preto e amarela (as cores nacionais), munidos de bandeiras e cachecóis, de forma invulgar, festejar com vivacidade, alegria e orgulho ao lado dos Palancas Negras. O silêncio daqueles que, de forma gratuita, denegriram a selecção nacional em muitas ocasiões é evidente.

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