Celle, 16/06 (Dos Enviados Especiais) - Será que desta vez Angola conseguirá marcar golos frente ao México? Essa é uma das questões frequentes entre os analistas desportivos destacados na "base" dos Palancas Negras, em Celle, na cobertura do Mundial2006, e que aconselham mais audácia e atrevimento no ataque.

Para isso, Pedro Luís Cid, uma das vozes mais conceituadas do rádio-jornalismo luso e ligado a RTP, mantém a dúvida sobre o que será do México se Angola alcançar o que foi incapaz frente a Portugal: marcar golos.

"Se fizer golo no próximo jogo com o México, acho que vai conseguir um bom resultado. É a única dúvida, porque do resto Angola esteve bem frente a Portugal. Defensivamente, só falhou nos minutos iniciais e depois acertou. No meio campo, também trabalhou bem. Conseguiu suster o ataque português", explicou.

Entretanto, ressaltou que o ataque não esteve bem e justificou: "O Akwá na primeira parte esteve desacompanhado, na segunda, substituído por Mantorras, este também ficou sozinho. Se Angola for mais audaz no ataque pode obter bom resultado com o México".

Apesar de ter em consideração que nenhum jogo é igual ao outro, Pedro Luís Cid sublinhou que os Palancas Negras têm potencial para travar o "tri", comandado por Ricardo La Volpe, por tratar-se de uma equipa rápida, ao contrário da mexicana, que se revela "pesada" e lenta.

Apontou como fragilidades do próximo adversário dos africanos do Grupo D o facto de ter laterais que pouco sobem no terreno de jogo, o que pode proporcionar aos angolanos mais vantagens. Ainda assim, o jornalista admitiu que essa postura mexicana manifestada frente aos iranianos (3-1) pode se revelar falsa, tendo em vista o embate com Angola.

"A grande arma dos Palancas Negras é a velocidade. Bem explorada, Angola pode perfeitamente vencer o jogo. Tem que ter capacidade de concretizar e assim assustar o México. A outra grande arma é jogar organizada como aconteceu frente a Portugal, mas tem de criar situações de golo", sustentou.