Futebol/Mundial: João Ricardo destaca-se na estreia dos Palancas Negras
Foto Angop |
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Guarda-redes João Ricardo |
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Hannover, 12/06 (Dos enviados especiais) - Seguro entre os postes, o
guarda-redes João Ricardo foi uma das unidades mais destacáveis no desafio
de domingo, em Colónia, frente a Portugal, na primeira jornada do Grupo D do
Campeonato Mundial de Futebol.
Fruto da sua atenção na cobertura das falhas defensivas notáveis ainda nos
dez minutos iniciais, o guardião teve poucas culpas no golo madrugador de
Pedro Pauleta, aos quatro minutos, e esteve igualmente no lance anterior ao
tento também protagonizado pelo avançado do PSG de França.
Evitou inclusive aquele que seria o segundo golo de Portugal, por Cristiano
Ronaldo, desviando a bola para canto, aos 44 minutos, enquanto André
Makanga, como tem sido regular, evidenciou-se na "destruição" dos lances
ofensivos dos portugueses. Sempre combativo, o jogador entendeu-se bem,
após o susto inicial, com o principal mentor do jogo dos Palancas, Figueiredo.
Outras unidades destacáveis no primeiro teste de fogo no Mundial foram
Kali e Jamba, apesar destes terem estado envolvidos na jogada que originou o
tento solitário, pois permitiram que Luís Figo galgasse os metros pretendidos
para fazer o passe decisivo para Pauleta "facturar". Contudo, o central do
Barreirense evitou, após bola à trave de Ronaldo, aos 34, o segundo golo luso.
Quando acertaram nas combinações, tudo passou a correr sem grandes
inquietações, sendo igualmente sublinháveis as actuações dos laterais Delgado e
Locô, embora o último tenha pecado um pouco nas subidas, onde quase
sempre cruzava mal para área. Mas conseguiu anular Cristiano Ronaldo.
No meio campo, para além de Makanga e Figueiredo, que estiveram em
pleno enquanto resistiam ao esforço físico imprimido pela velocidade ofensiva
do futebolista do Manchester United, Mendonça, nos minutos iniciais, tentou
manter o ritmo o jogo, mas cedo se esgotou e passou a perder a bola
constantemente, por prendê-la com insistência.
Enquanto esteve confiante, Zé Kalanga estremeceu a ala esquerda da equipa
de Scolari, rasgando o lado direito e chegando a fazer cruzamentos perigosos,
um dos quais teve o acompanhamento do capitão Akwá, com remate
acrobático. Depois "sumiu" e em face disso foi rendido na etapa complementar
por Edson Nobre, que se apresentou bem a atacar e a defender até aos 90
minutos.
Miloy também participou do desafio (79 no lugar de Figueiredo), mas sua
actuação foi abafada e nas poucas intervenções registadas cumpriu cabalmente
a sua missão, anulando sem rodeios as exibições de Figo, Simão e Pauleta.
Mateus e Akwá, dois pontas de lança destacados por Oliveira Gonçalves
para dar pouco sossego ao guarda-redes Ricardo, de Portugal, e a sua zona
defensiva, depois do fraco rendimento inicial contornaram a situação,
executando jogadas de recorte técnico, mas que nem sempre tiveram a
sequência necessária.
Por opção técnica, uma vez que a principal referência dos Palancas Negras
estava já a denotar cansaço, Akwá foi substituído por Mantorras, que veio dar
outro dinamismo ao ataque angolano, remetendo inclusive à baliza os defesas
mais recuados das "quinas". A sua entrada, aos 59, complicou a tarefa de
Ricardo Carvalho, Fernando Meira e Miguel, porém a experiência dos
europeus suplantou os africanos.
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