Retrospectiva 2004: Acções formativas pelo país marcam o sector do turismo
Por: Cláudio Moreira
Luanda, 07/01 - Depois de o país ter albergado a maior reunião do turismo africano, em Maio de 2003, que ajudou a elevar o nome de Angola na arena internacional, já em 2004, o destaque das actividades do sector hoteleiro e turístico incidiu na massificação de acções formativas, com a abertura de duas escolas itinerantes no interior, fruto da escassez de centros formativos.
As referidas unidades, localizadas nas províncias de Malanje e Benguela, nordeste e sul do país, respectivamente, foram criadas visando o acolhimento de estudantes dos diversos pontos de Angola, cabendo a Benguela receber os provenientes do sul do país e a Malanje os da região norte.
Essa intenção do Ministério de Hotelaria e Turismo (Minhotur), que de resto se traduziu na grande estratégia do sector em 2004, no sentido de aumentar o número de formandos, objetivamente surgiu para conferir maior qualidade de serviço às instituições hoteleiras, que nesta época de paz vão
recebendo maior número de pessoas, sobretudo estrangeiras.
Os referidos centros, inaugurados em Setembro, só em dois meses de funcionamento formaram mais de 100 alunos, com uma carga horária de seis horas por semana.
Esta cifra, aliada aos quadros formados nas diversas escolas básicas existentes na capital do país, onde os números se fixam em mais de 500/ano, fez com que se aumentassem os de técnicos com formação básica, uma vez que a escassez que se registava neste domínio, reflectia-se na formação.
Volvidos mais de três décadas, Angola ainda não possui uma instituição vocacionada exclusivamente ao turismo e hotelaria, embora existam intenções neste sentido. Pelo menos em finais
de 2003, o Minhotur informou que existia um projecto piloto indicando que, possivelmente, nos próximos dois anos ou menos ter-se-ia uma instituição superior, estando tudo dependente de verbas
para o efeito.
Em 2004 não se falou nada à respeito do assunto. As apostas foram as escolas itinerantes.
Entretanto, apesar das dificuldades, o Governo, em parceria com uma instituição superior, o ISPRA, abriu um curso na referida unidade virada para o turismo, tendo somente 28 alunos, cujo resultados poderão ser vistos dentro de quatro anos.
A par da formação, outro sinal positivo registado em 2004 no panorama turístico nacional foi o aumento do número de turistas que se deslocaram a Angola, com cifras a indicarem acima de cem mil visitantes, superando os restantes anos, em que os dados registaram 97 mil.
Por exemplo, em 2002 .as visitas efectuadas ao país limitaram-se em 90 mil 532 turistas contra os 67 mil 379 registados em 2001. As províncias de Cabinda, Cunene, Huíla e Benguela são as mais
visitadas.
Este aumento do número de turistas traduziu-se em grandes movimentações nos hotéis nacionais, cujo número de quartos a oferecer ainda está aquém, por existirem poucos unidades hoteleiras no país.
Quanto a arrecadação de receitas, apesar de números apontarem para cerca de 16 milhões de dólares americanos - em 2003 - e evoluir-se para mais de 36 milhões de dólares em 2004, o quadro ainda revela-se negativo, conforme reconhecem as autoridades do sector.
Portanto, embora a arrecadação de receitas não tenha atingindo números famosos, nos próximos anos, 2005, 2006, a grande aposta do Governo será reverte significativamente o quadro.
Segundo avançou o ministro do sector, Eduardo Jonatão Chigunji, a grande aposta do sector é suprir estas dificuldades, apostando na construção de mais hotéis, sobretudo de três estrelas e numa formação mais eficiente, que se poderá traduzir em qualidade na oferta de serviços.
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