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Gaberone, 03/06 (Do enviado especial da Angop) - O presidente angolano José Eduardo dos Santos disse hoje, em Gaberone, que veio ao Botswana com uma mensagem de amizade, paz e desenvolvimento.

José Eduardo dos Santos fez esta declaração na abertura das conversações oficiais entre delegações de Angola e do Botswana, chefiadas por si e pelo seu homólogo tswanês, Festus Mogae.

Sublinhou que durante a guerra os dois países estiveram de alguma maneira distantes, porque as suas atenções e esforços eram canalizados, fundamentalmente, para a resolução do conflito militar, que assolou Angola, durante muitos anos, com repercussões nos vários estados da região.

Segundo afirmou, graças ao esforço político e diplomático do Botswana e de outros países, com a acção fundamental dos angolanos foi possível resolver o conflito, que era o mais sangrento e mais antigo de África.

"Podemos então agora virar as nossas atenções para os problemas da reconstrução, para a cooperação e o desenvolvimento da nossa região", precisou.

"Nós viemos compreender melhor o Botswana e conhecer as suas experiências; partilhar consigo, senhor presidente, e as autoridades do Botswana este novo caminho que começa para a reconstrução de Angola, na perspectiva de que ocupe o lugar merecido no contexto das nações e para edificar a nossa comunidade (SADC) em bases sólidas", asseverou.

Para José Eduardo dos Santos, Angola quer, fundamentalmente, conhecer a experiência do Botswana nos domínios da Agricultura, Pecuária e da exploração e gestão dos recursos minerais.

"O Botswana é conhecido como um exemplo de boa governação e de democracia. Tem uma economia saudável, com um per capita dos mais altos da região (ultrapassa os três mil dólares por ano), o que constitui motivo de orgulho para o povo tswanês. É uma meta para nós, cujo per capita ainda se situa abaixo dos 500 dólares", sublinhou.

Destacou que para além de questões de natureza bilateral, interessa a Angola conhecer o desenvolvimento da democracia e o Botswana também tem sido bom exemplo de estabilidade e alternância democrática, com um sistema pluralista que funciona normalmente.

Para Eduardo dos Santos, numa região em que há conflitos, disputas de poder político, as vezes pela violência, não há dúvida que o exemplo do Botswana é cativante.

"Estaremos interessados em conhecer a magia com que o senhor presidente guia esta Nação para garantir a estabilidade, concórdia social e prosperidade", afirmou.

Disse ser de interesse abordar, com a parte tswanesa, questões regionais, como o conflito no Congo Democrático e a situação no Zimbabwe.

Referiu que Angola está interessada no tratamento de assuntos relativos a gestão partilhada dos recursos hídricos, com o aproveitamento das barragens hidroeléctricas em benefício dos vários estados da região e ainda a reabilitação das linhas férreas e rodoviárias, que podem ligar os nossos países na perspectiva das infraestruturas para o futuro mercado comum da África Austral.

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