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Foto: Angop |
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Presidente pede mais atenção para refugiados |
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Luanda, 03/10 - O Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, sublinhou quarta-feira, em Luanda, que a solução do problema dos deslocados e refugiados tem de passar eventualmente pela criação de uma unidade especializada ou pela
elaboração de um programa comum de combate a esse flagelo.
O estadista angolano fez esta afirmação quando apresentava as boas-vindas aos
seus homólogos da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), no
início da cerimónia da cimeira da organização.
"Temos de começar por dar solução imediata à situação dramática das
populações que, em razão dos conflitos armados ou da simples luta pela
sobrevivência, foram forçadas a abandonar as suas regiões ou países de origem,
engrossando hoje o enorme contingente de deslocados e de refugiados, sem
quaisquer meios de subsistência", realçou.
Segundo afirmou, "por mais bem intencionadas que sejam as nossas
aspirações, não poderemos ter êxito se no centro de todas as nossas atenções
não estiver o homem e a questão do seu desenvolvimento. De facto, tudo passa
por aqui".
José Eduardo dos Santos referiu que o combate as doenças endémicas,
a malária, a tuberculose e ao HIV/SIDA tem de ser feito de forma coordenada
e com uma agressividade compatível com a ameaça que elas já representam
para a própria segurança nacional dos países da região.
"No caso particular do HIV/SIDA, que nalguns casos atinge já 30 por
cento da população de alguns dos nossos países, a sua propagação
certamente se acentuará com a maior facilidade de circulação na região,
se entretanto não forem tomadas as medidas sérias e articuladas para a sua
prevenção", salientou.
O Presidente angolano destacou que os índices de desenvolvimento
humano que se verificam nos países da região atestam bem as dificuldades
por que passam.
A título ilustrativo, prosseguiu, "poderei recordar que os países ricos,
por exemplo, consomem mais de nove biliões de kilowatts de electricidade
contra os cerca de 250 milhões consumidos por toda a África sub-sahariana.
Afirmou que o montante de gastos no ensino público, por aluno, nos
países ricos é de cerca de 16 mil dólares/ano, enquanto na generalidade
dos países africanos não passa dos 40 dólares/ano.
Esclareceu que a esperança de vida, a taxa de mortalidade infantil e o
grau de alfabetização apresentam os índices mais baixos e os países identificados
como tendo a mais baixa esperança de vida são todos africanos e, entre estes,
constam três países da SADC, nomeadamente Angola, Malawi e Zâmbia.
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