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Luanda, 2/10 - O Chefe de estado angolano, José Eduardo dos Santos, defendeu hoje, em Luanda, a necessidade de os países da SADC
consolidarem as suas economias como forma de reduzir a pobreza.
Dos Santos, que discursava na cerimonia inaugural da Cimeira de Chefes
de estado e de Governo da SADC, disse ser igualmente necessário a definição
"com clareza" do papel do estado, principalmente ali aonde o sector privado se
revela incapaz.
Estas constituem condições indispensáveis para aumentar e
redistribuir as riquezas, assim como combater a pobreza que atinge
grandemente a maioria das populações do "continente negro".
José Eduardo fez estas considerações devido ao facto de a riqueza
produzida pelos estados membros da SADC serem manifestamente
insuficiente e estar, além disso, concentrada em determinados círculos
das sociedades urbanas e rurais.
Neste sentido, defendeu igualmente a criação de incentivos aos
investimentos que favoreçam o crescimento económico, gerando mais
empregos e elevando os níveis de poupança.
Paralelamente, acrescentou, deve ser estimulada a competitividade das
"nossas economias" nas áreas em que cada uma delas possui vantagens
reais e potenciais.
Por outro lado, reconheceu os importantes progressos económicos registados na
região.
Dos Santos considera necessário que a SADC seja capaz de conduzir
ao desenvolvimento integrado das economias nacionais da sub-região,
constituindo-se assim num centro de poder no relacionamento com o
resto do mundo.
Para tal, disse, é necessário que cada estado membro disponha de
finanças públicas e economias saudáveis, sendo o primeiro esforço no
sentido de os estados definirem políticas macro-económicas que visem a
estabilidade e criação de condições internas para o crescimento do sector
produtivo e erradicação da pobreza.
Neste contexto, a canalização de recursos para criação ou melhoria de
infra-estruturas económicas e sociais deve ser considerada também como
um factor essencial de integração.
Porém, apresta-se como dificuldade ao processo de integração "os
níveis e assimetrias existentes entre os estados membros da região", mas
não são intransponíveis como demonstram outras experiências do mesmo
género existentes no mundo.
Para o efeito, acrescentou, é necessário definir-se correctamente a
estratégia a adoptar, harmonizando as respectivas políticas macro-
económicas, tendo em conta os objectivos de crescimento económico
regional e o potencial de cada país.
Ao mesmo tempo, referiu, será necessário definir metas para cada
estado membro atingir progressivamente, apoiando-se os esforços de
harmonização com programas que prevejam a realização de projectos
comuns e infra-estruturas regionais tendentes a facilitar a integração dos
mercados da sub-região.
Entretanto, disse que todo este processo deve merecer a participação
directa do sector privado, porquanto o mesmo só será fiável se se
fundamentar em parcerias empresariais, favorecendo em simultâneo o
investimento privado nacional e estrangeiro, quer em projectos regionais
como de iniciativa nacional em cada um dos países. |