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Luanda, 21/09 - Angola tem como prioridade a nível da
Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), no
contexto de integração económica, a questão das infra-estruturas.
Este dado foi avançado quinta-feira pela ministra do
Planeamento, Ana Dias Lourenço, durante uma entrevista ao
programa "Em Estúdio Com" da televisão Pública de Angola
(TPA).
De acordo com a governante, as infraestruturas rodoviárias, de
transporte e comunicações são a base para o desenvolvimento de
qualquer economia, pelo que a grande prioridade vai sobretudo para
os caminhos-de-ferro, portos e aeroportos, incluindo as
comunicações, água e energia.
Na sua óptica, todo o potencial da região deve ser aproveitado,
para que se possa desenvolver as economias e buscar sinergias à
economias de escala ao nível dos vários países integrantes da região.
Quanto ao facto de Angola assumir em Outubro próximo a
presidência da SADC, a ministra do Planeamento notou que o
processo de reestruturação em curso nesta organização é
"complexo".
Nas cimeiras, referiu Ana Dias Lourenço, os ministros da região
acreditaram inicialmente que a nova estrutura da SADC poderia ser
implementada concentrando no secretariado todos os sectores de
actividades em muito curto espaço de tempo, até Dezembro deste
ano.
Segundo a ministra do Planeamento, os prazos não estão a ser
cumpridos e Angola, durante a sua presidência, deverá consolidar a
estrutura no secretariado, implantando as várias direcções que estão
previstas.
As direcções das Finanças, investimentos e comércio,
infraestruturas e serviços, bem como a de recursos humanos
constam entre as áreas prioritárias.
Ana Dias Lourenço, que é também a presidente da Comissão
Nacional para a SADC, referiu que dos 14 países da região, Angola,
RDCongo e África do Sul são países com maior potencialidades
para o desenvolvimento integrado.
Notou que a instabilidade vivida em Angola e também a que se
vive ainda na RDCongo provocou alguns entraves ao
desenvolvimento quer a nível destes países como da região.
No seu entender, Angola tem um papel importante a
desenvolver nesse processo de integração regional.
Entretanto, acrescentou que as desigualdades de
desenvolvimento das principais forças internas de cada um dos
países e de crescimento impedem que essa integração possa ser para
Angola algo de curto prazo.
Para a titular do pelouro do planeamento, inicialmente deverá
haver um esforço interno de cada país da região para que com as
próprias políticas públicas internas consiga definir as suas linhas de
desenvolvimento.
Esse pressuposto, disse, permitiria encontrar um certo
equilíbrio no desenvolvimento das várias economias, partindo deste
modo para uma integração verdadeira económica, com benefícios
para ambos países, numa visão de médio ou de longo prazo.
A região da SADC, com uma população de cerca de 200
milhões de habitantes, integra 14 países e Angola vai reunir no mês
de Outubro os lideres da região à procura dos consensos
necessários, tendo em vista o desenvolvimento e integração regional.
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