Futebol/Mundial: Palancas Negras defrontam adversário de alto calibre
Foto Angop |
|
|
Palancas Negras defrontam adversário de alto calibre |
|
Hannover, 15/06 - A selecção nacional de futebol joga sexta-feira em Hannover, Alemanha, a sua segunda partida no campeonato do mundo e o adversário chama-se México, formação com 12 participações nesta competição.
Se o palmarés fosse factor decisivo para se vencer jogos certamente que a equipa mexicana teria já passagem garantida para os oitavos-de-final desta copa, se tiver em conta que foi sorteada no grupo-D, ao lado de Angola, um ilustre desconhecido na
alta roda do futebol mundial, o Irão, nem tanto já que teve duas participações em 1978 e 1998 e Portugal com três presenças em 1966, 1986 e 2002.
Sendo o México a formação mais cotada do agrupamento, um pormenor aliado ao facto de ter iniciado a prova com uma goleada de 3-1 diante do Irão, enquanto Angola perdeu na mesma ronda por 0-1 diante de Portugal, é lícito pensar-se que os
"Palancas Negras" encontrarão inúmeras dificuldades para lograr pontuar nesta partida.
Comandados pelo capitão da equipa Rafael Marques, defesa do Barcelona de Espanha, o combinado mexicano é mesmo um adversário de muito respeito.
Em 2005 na Taça das Confederações, organizada pela Federação Internacional de Futebol Associado (FIFA), protagonizou a façanha de vencer ao Brasil de Ronaldo "o fenómeno", Ronaldinho Gaúcho e Kaká, por 1-0.
Mas tudo isso são conjecturas e em desporto, no caso particular do futebol, apenas existe o momento, não há lugar para vencedores antecipados e nem vencidos antes dos jogos. É este o pensamento que deve nortear os angolanos quando às 21 horas de
sexta-feira em Hannover (20 de Angola) estiverem a defrontar o México no estádio Awd Arena, com uma lotação de 46.652 espectadores.
Este desporto, que deslumbra e apaixona nações e que entrou para o mundo da alta competição no distante ano de 1900, quando a modalidade foi incorporada no programa dos Jogos Olímpicos, tem a particularidade de perpetuar hegemonias, de celebrizar
equipas ou selecções emergentes.
É nesta última condição que se enquadra a formação nacional nesta copa germânica, onde chegou com estatuto de um conjunto humilde, mas com postura de "tomba gigante". Deixou pelo caminho na fase de qualificação a toda poderosa Nigéria, campeã
olímpica em 1996 em Atlanta, Estados Unidos.
Na verdade, estar no mundial pela primeira vez é já o verdadeiro ganho para os angolanos. Todavia, independentemente da diferença entre as selecções a nível do ranking da FIFA, a missão será jogar de modo a dignificar o país, mesmo porque em
campo estarão onze jogadores de cada lado.
A partida diante de Portugal em que os "pupilos" de Luís Oliveira Gonçalves remeteram o adversário no seu sector defensivo, apesar de derrotada por 0-1, é um sério aviso para quem tiver a veleidade de pensar que Angola é "pera doce".
Com humildade, raça e muita concentração os "Palancas Negras" podem muito bem equilibrar o jogo com este adversário tão poderoso como é o México. Para isso conta com uma arma, o jogo colectivo.
Por Marcelino Camões
|