Retrospectiva 2004: Sector informático procura maior projecção na economia nacional
Luanda, 28/12 - Volvidos dois anos de paz, o sector das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), à semelhança de outros ramos de actividade, procura reforçar a sua posição no mercado, fruto do surgimento de novos agentes, permitindo assim aos seus destinatários maior liberdade de escolha.
O aparecimento de firmas como a Fintech, Menshan, Intrinsec e outras deste ramo permitiram regular a concorrência nos últimos quatro anos, facto que obrigou, em certa medida, as empresas já existentes no mercado a melhorarem substancialmente a qualidade dos serviços prestados.
Ainda que de forma tímida, o sector informático tem se expandido em algumas zonas do país, destacando-se as províncias de Benguela, Cabinda e Huíla, e, aos poucos, Luanda deixa de ser o único local de referência na prestação deste género de serviços.
O grande obstáculo para a não expansão rápida das Tecnologias de Informação e
Comunicação em toda extensão do país reside na existência de enormes dificuldades,
principalmente a escassez de infra-estruturas de suporte à actividade de telecomunicações.
Por esta razão, a mobilização de recursos quer a nível interno como externo afigura-se como prioritária, pois permitirá desenvolver infra-estruturas, cuja existência propiciarão o incremento das actividades ligadas às TIC e outros ramos de serviços.
Nesta fase de transição, se o país pretender adoptar uma via de desenvolvimento
acelerado, a aplicação de tecnologias de ponta será preponderante, ocupando as TIC um lugar de destaque, por se tratar de uma ferramenta de trabalho que permite realizar uma gestão racional dos serviços e possibilita a execução de trabalhos a tempo recorde.
A ideia da aplicação das TIC tem sido reforçada nos vários encontros de especialistas da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), por ser um instrumento fundamental no desenvolvimento acelerado dos estados membros.
Na reunião do grupo nacional de contacto com a organização regional, realizada em Setembro de 2004, os especialistas sublinharam a necessidade de Angola apostar nas TIC, numa altura em que se vislumbra um quadro favorável para o desenvolvimento dessas actividades.
Pela posição estratégica que ocupa na região austral de África e pelo seu potencial económico, Angola deverá adoptar políticas que permitam o rápido desenvolvimento de capacidades por forma a permitir a disseminação das tecnologias de informação em toda extensão do território.
Neste capítulo, Angola pode obter sucesso e ser um centro de referência à nível da SADC, caso aposte sério na formação dos jovens, devendo para o efeito apetrechar os institutos médios e faculdades com laboratórios modernos.
Quanto à importância de Angola no mercado internacional, em 2004, foram reforçados os laços de cooperação com a maior empresa de informática no mundo, Microsoft, que fez deslocar altos funcionários ao país.
No país, a delegação da Microsoft manteve encontros com responsáveis governamentais e da
empresa Fintech Angola, nos quais foram reforçados os laços de cooperação já existentes, com destaque para a formação de quadros angolanos.
Por: Agostinho Kilemba
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