Luanda - Sexta-feira, 12 de Novembro de 2004 - 21:15 ANGOLA | ANGOP | PESQUISA | FALE CONNOSCO   
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Polidesportivo: Basquetebol e andebol no pódio africano nos últimos 29 anos

Por Geraldo Quiala, Angop

Luanda, 11/11 - As selecções nacionais seniores de basquetebol em masculinos, e andebol em femininos, marcaram passos firmes ao longo dos 29 anos desde que o país se tornou independente, a 11 de Novembro de 1975, constituindo-se hoje nas principais referências do desporto angolano na última década.

O futebol, tido como "desporto-rei", não teve a mesma sorte dos hepta-campeões africanos.

Apesar das dificuldades decorrentes da guerra que assolou o território nacional após a independência, o desporto soube ganhar espaço na sociedade angolana, e fruto do apoio governamental algumas modalidades conquistaram hegemonia no continente, além de marcarem presenças regulares em competições mundiais e olímpicas.

Deste modo, o "cinco" nacional de bola ao cesto tem dominado o panorama basquetebolístico africano, desde a sua subida ao pódio no Afrobasket89, disputado em Luanda, perdendo apenas uma edição para o Senegal, ao passo que a nível de clubes o Primeiro de Agosto domina campeonato nacional, seguido pelo Petro de Luanda. Os militares ganharam a última Taça africana em 2002 na capital angolana.

Presente em quatro fases finais de mundiais, Angola participou em Espanha86, Argentina90, Canadá94 e EUA2002, em Indianápolis, e em femininos, contrariamente ao sector masculino, o melhor que conseguiu foi a terceira posição, destacando-se o torneio de 1981 (Dakar, Senegal).

No andebol, as coisas têm sido igualmente favoráveis para o país, sobretudo nas formações femininas (seniores e juniores). Internamente dominado pelo Petro de Luanda, 14 vezes vencedor do "nacional", esta equipa constitui a base de escolha das selecções nos dois escalões.

Angola conquistou desde a sua independência oito títulos africanos com a selecção e nove de clubes pelas petrolíferas, enquanto em juniores ganhou quatro campeonatos, todos nos últimos dez anos. Disputou os mundiais seniores na Coreia90, Noruega93, Hungria95, Alemanha97, Dinamarca/Noruega99, Itália2001 e Croácia2003.

Em qualquer destas provas internacionais, as angolanas sempre estiveram entre as 16 melhores formações, tendo inclusive atingido os oitavos-de-final do Mundial da Itália, enquanto nas três participações olímpicas a sua melhor classificação foi o oitavo lugar, em Atlanta96. Em Sydney2000 e Atenas2004 ficou em nono.

Domínio absoluto tem demonstrado em África. Venceu oito vezes, em seniores, e quatro em juniores. Tri-campeã panafricana e só não chegou ao "penta" porque perdeu para os Camarões, em Abuja2003 (Nigéria). A hegemonia estende-se ao nível de clubes, onde o Petro de Luanda lidera o ranking com nove troféus e cinco supertaças Babacar Fall.

Surgido mundialmente em 1988, mas em grande na arena internacional, o desporto adaptado bateu recordes mundiais e paralímpicas, através do angolano José Sayovo, nos 100, 200 e 400 metros planos. Em Angola, os portadores de deficiência integraram-se nas modalidades desportivas em Novembro de 1994, por iniciativa de um grupo de técnicos da Direcção Nacional dos Desportos.

O Comité Paralímpico Angolano (CPA), que tutela toda actividade adaptada no país, apesar de ser a mais nova instituição desportiva, é a que maiores patamares atingiu em competições internacionais.

Em pouco tempo, conseguiu elevar a bandeira de Angola tanto em África como em outros continentes. O primeiro feito aconteceu em 1999, em Joanesburgo, com três medalhas de ouro e uma de bronze em natação. O último foi em Setembro nos Jogos Paralímpicos de Atenas (Grécia), no qual Sayovo conquistou três medalhas de ouro e igual número de recordes, nos 100 metros (11.37), 200 metros (23.04) e 400 metros (50.03).

O futebol, apesar de duas fases finais em CAN (Africa do Sul96 e Burkina Faso98), tem registado pouco crescimento, tendo em 29 anos de independência ganho apenas competições regionais (duas Taças Cosafa/Castle Lager) e ao nível de clubes Petro de Luanda, Primeiro de Agosto e Primeiro de Maio de Benguela marcaram já presença em finais das afrotaças, nos finais da década de 90.

A Falta de infra-estruturas tem sido apontado como um dos factores que está na base desta situação, enquanto mantém uma prova interna (Girabola) regular e com alguma competitividade, cujos destaques recaem quase sempre aos quatro "poderosos" (Primeiro de Agosto, Petro de Luanda, ASA e Interclube).

Em relação ao xadrez, retêm-se os cinco títulos continentais em juniores ganhos, por Adérito Pedro, em 1992, em Nairobi, Quénia, Eugénio Campos (94 e 95), nas Ilhas Maurícias e Luanda, Vlademiro Pina (96 e 97) na Nigéria e Moçambique, respectivamente.

Mas, ultimamente tem baixado de rendimento em competições internacionais, como aconteceu ainda mês nas olimpíadas de Calvira (Espanha), com o oitavo posto entre os africanos, depois de em edições anteriores ter discutido já os primeiros três lugares.

O voleibol também registou alguns feitos e fracassos desde a criação em 1978 da sua federação, tendo conquistado três campeonatos da zona VI do Conselho Superior dos Desportos em África (1994, 97 e 99). Apesar disso, continua com um torneio interno pobre, devido aos escassos apoios financeiros para a organização de mais actividades.

Nos tempos áureos (1995), o Primeiro de Agosto (femininos) venceu a taça de clubes campeões africanos, disputada na Zâmbia, e repetiu a proeza na edição seguinte no Botswana (1996). Os "nacionais" em ambas as classes limitam-se por equipas de Luanda, o que diminui a sua dimensão.

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