Retrospectiva: Petro de Luanda mantém hegemonia africana no andebol feminino
Por Geraldo Quiala
Luanda, 29/12 - O Petro de Luanda, com a conquista domingo, em
Cotonou (Benin), do nono título de clubes campeões africanos de andebol
sénior feminino, consolidou a supremacia continental na modalidade, mercê
do triunfo sobre o Rombo Sport da Cote d`Ivoire, por 32-30.
Mas, ao contrário do que tem sido hábito, este ano as petrolíferas
enfrentaram mais dificuldades para vencerem as suas adversárias, a julgar
pelos resultados obtidos até chegarem ao almejado título.
Sem o África Sport de Abidjan (Cote d`Ivoire), principal rival do Petro
de Luanda nos últimos dez anos, as pupilas de Armando Gomes "Culau" e
Vivaldo Eduardo tiveram no Rombo Sport e Inter Club (Congo) como opositoras
à altura das representantes angolanas.
Com uma primeira fase folgada, sem grandes adversários, as angolanas
passearam toda a sua classe, ganhando as equipas do seu grupo, nomeadamente
o Cara e Asel, ambas do Congo-Brazaville, por convincentes 35-24 e 36-31,
respectivamente.
A trajectória vitoriosa do Petro de Luanda começou, porém, no primeiro
dia da competição, reservado à disputa da Supertaça Babacar Fall, cujo
desfecho foi-lhe favorável (30-27) sobre o Rombo Sport da Cote
D`Ivoire.
Graças à experiência das principais jogadoras da turma do "eixo-viário",
Culau e Vivaldo Eduardo conseguiram ultrapassar as barreiras impostas pelo
Inter Club do Congo-Brazzaville, nas meias-finais sábado, ganhando por
apenas uma bola de diferença (38-37), depois de 20-18 ao intervalo.
Quando os adeptos, presentes no pavilhão de L`Amitie, na capital
beninense, esperavam por uma "desforra" das ivorienses, após derrota na
Supertaça Babacar Fall, as únicas "embaixadoras" angolanas na prova souberam
impor respeito na quadra de jogos, suplantando as adversárias por
32-30.
Ao intervalo, o Petro de Luanda vencia já por 16-15, numa final em que
se contestou bastante a actuação da arbitragem beninense que, em determinados
momentos, favoreceu o Rombo. Apesar dessa adversidade, as petrolíferas
salvaguardaram o seu "status" em África.
Nesse momento, o Petro de Luanda, que conquistou o seu primeiro título
africano, em 1993, na Tunísia, ao destronar o África Sport de Abidjan (Cote
D`ivoire), é a melhor equipa do continente e colecciona nove Taças de Clubes
Campeões e seis Supertaças Babacar Fall, desde 1996, excepto 1997, até 2003.
A título de curiosidade, na edição passada (2002), o Petro de Luanda
venceu a Supertaça, disputada no Gabão, por falta de comparência do África
Sport de Abidjan, que perdeu o troféu em 2001, na Nigéria, para as campeãs
nacionais, por 24-28.
A equipa treinada por Armando Gomes "Culau" e Vivaldo Eduardo é recordista
nas principais competições de clubes africanos, por ser a única a ganhar
consecutivamente sete títulos de campeões e cinco Supertaças Babacar Fall,
seguido das ivorienses do África Sport de Abidjan e Etoile do Congo, com
dois cada.
O Petro não contou este ano com a oposição das suas compatriotas do
Desportivo da Enana, ausentes da competição por razões financeiras, depois
da final de 2002, no Gimnosport Omar Bongó, em Libreville, Gabão, ganha
pelas petrolíferas.
Individualmente, Elisa Webba, Filomena Trindade e Teresa Joaquim continuam
a ser as principais "estrelas", numa equipa onde estão a se evidenciar novos
talentos, nomeadamente Isabel Fernandes "Belezura", Belina Miguel "Larissa"
e Luísa Kiala.
Entretanto, a vitória do Petro de Luanda nas duas competições africanas
"salvou" a má época da selecção nacional sénior feminina, que desceu este ano
quatro lugares no "ranking" da Federação Internacional de Andebol (IHF) e
fracassou nos Jogos Pan-africanos, disputados em Abuja, Nigéria.
O terceiro lugar ficou com as congolesas do Inter Club, que bateram,
sábado, o Meloudia da Argélia, por 34-33, enquanto Asel e Cara, ambos do
Congo, quedaram-se na quinta e sexta posições da tabela geral.
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