Luanda - Sexta-feira, 16 de Janeiro de 2004 - 13:31 ANGOLA | ANGOP | PESQUISA | FALE CONNOSCO   
Primeira página | Política | Economia | Social | Desporto | Cultura | África | Internacional | Especiais
Retrospectiva: ONU ainda disponível a ajudar Angola em 2004

Foto/Angop

Luanda, 29/12 - O representante interino das Nações Unidas em Angola, Mário Ferrari, considerou útil o trabalho da sua instituição em 2003 e sublinhou a continuidade da assistência humanitária da ONU em 2004, de modo a concluir com as actividades já iniciadas.

"Temos o sentimento de que o trabalho da ONU em Angola foi útil, daí que pode ser considerado positivo" - adiantou.

Ao fazer um balanço sobre as actividades da ONU no país, o alto funcionário disse à Angop, que em 2004 a sua instituição vai concluir com as actividades pendentes necessitadas de monitorização, por causa da fragilidades da situação e fornecendo alguma assistência humanitária, para que a situação não se torne em um problema mais grave.

Anunciou, no entanto, que as ajudas humanitárias vão diminuir um pouco em 2004, embora não signifique o seu desaparecimento, pois, na realidade, as necessidades humanitárias estão ainda bem visíveis em Angola.

A ONU vai continuar a apoiar o regresso das famílias à normalidade, de modo a que elas encontrem nas suas terras condições mínimas, tais como escolas, centros de saúde, mercados para troca de produtos, alimentos e tenham autonomia para começar a produzir sementes.

"Não podemos dizer que os trabalhos foram concluídos, uma vez que só começamos, mas já temos estabelecidos uma série de contactos e planos de cooperação em matéria de projectos com o governo de Angola", já que é intenção da ONU ver o fortalecimento das instituições nacionais e públicas.

Aquele funcionário considerou positivo o trabalho realizado pela instituição durante o ano prestes a terminar.

Noutra parte da sua abordagem, considerou insuficiente o valor estipulado no apelo das Nações Unidas para 2004 de cerca de 263 milhões de dólares, apesar de, com este montante, a ONU poder ajudar o governo e as instituições nacionais a organizarem-se, fortalecerem-se de maneira a serem capazes de absorver com eficácia e eficiência um fluxo maior de ajudas financeiras.

"Em 2003 foram concretizados passos positivos promissores. Agora encontramos-nos frente ao desafio de sermos capazes de construir e continuar o caminho para o progresso" - pontualizou.

Relativamente aos trabalhos desenvolvidos em 2003, adiantou que as Nações Unidas apoiaram o Ministério de Educação no seu programa de universalização da escola primária para todos.Os trabalhos começaram nas províncias de Malanje e do Bié, onde com os governadores, foram assinados acordos no sentido de estes elaborarem um processo de retorno à escola generalizado.

Foi a partir desta experiência, referiu, que o governo decidiu expandir esta iniciativa a escala nacional e recrutar 29 mil professores novos no sentido de em 2004 existirem condições para a universalização de acesso à escola primária - pontualizou.

Através do acesso a informações sobre experiências internacionais, apoiou o governo e instituições do Estado na elaboração do Plano Estratégico Nacional para Luta contra o HIV/Sida.

Com as agências da ONU presentes em Angola, prestou apoio no tratamento do HIV/sida com anti-retrovirais, na saúde reprodutiva, na prevênção de doenças sexuais e de transmissão materna, em iniciativas de jovens e na produção de material educativo.

A nível central e periférico, a ONU apoiou na definição de metodologias para a desminagem e informação e educação do público para a auto-profissão.

A ONU, segundo Ferrari, está a acompanhar o esforço do governo em estabelecer o estado de direito, realizando trabalhos como o registo de crianças, a reintegração de menores separados e órfãos, bem como a criança usada como soldado durante o conflito.

Com o Ministério da Justiça, trabalha na reforma do sistema judicial ao mesmo tempo que colabora com a polícia na sua formação de maneira que estes se transformem em protectores de direito do cidadão.

Em colaboração com o Banco Mundial, algumas agências da ONU assistem ao governo na definição dos planos estratégicos económicos do país e colabora no processo de reactivação e melhoria da administração do Estado.

A ONU apoiou igualmente o retorno das famílias deslocadas, a reintegração dos refugiados e ajudou as pessoas regressadas no estabelecimento de condições mínimas para uma vida normal.

Por outro lado, cerca de 300 mil famílias foram apoiadas com sementes e instrumentos agrícolas de maneira que comecem a ser autonómas na produção de alimentos.

Apesar das dificuldades registadas, tais como péssimas estradas e pontes, a presença de minas anti-pessoal e anti-tanque, foi possível reinstalar em 2003, 40 mil refugiados de maneira organizada.

Na óptica de Mário Ferrari, os programas estabelecidos foram bem dirigidos pois incidiram-se sobre pontos importantes da história do país, da situação da população e do desafio do governo de reactivar a sua própria máquina e as suas capacidades de administrar um território vasto que por muitos anos ficou fora do seu controlo.

Mario Ferrari concluiu, exaltando o facto de a paz ser algo muito precioso que deve ser consolidada para o retorno à normalidade da vida dos angolanos, onde as famílias possam projectar o futuro.

Por Ilda Fernandes

Primeira página | Política | Economia | Social | Desporto | Cultura | África | Internacional | Especiais | 24 sobre 24
© 1996-2003 Angop. Todos os direitos reservados.
13:17 - Tribunal Supremo repõe normalidade judicial em Malanje
12:52 - Delegação Empresarial portuguesa chega domingo
12:52 - Basquetebol: Petro-Vila no encerramento da 1ª fase do nacional
12:42 - Kwanza-Sul: Preço internacional do café continua ser pouco atractivo
12:30 - Aprokiela realiza terceiro torneiro provincial
12:23 - Moxico: Deficientes recebem meios de locomoção
12:18 - Luandenses consomem menos da metade de água recomendada pela ONU
12:13 - Director da Angop termina visita ao Huambo
11:41 - Kwanza-Sul: Administração Municipal da Conda prioriza sector social
11:40 - Anateno realiza campanha de pagamento da água
10:49 - Cotação indicativa de Câmbios