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Síntese do primeiro dia do Congresso do Mpla

Luanda, 07/12 - O primeiro dia de trabalhos do V congresso do Mpla teve como notas dominantes a discussão do Relatório do Comité Central, que não foi ainda aprovado, e o discurso do presidente do partido, José Eduardo dos Santos.

Cerca de cinco horas foram insuficientes para que todos os 1.408 delegados se pronunciassem, faltando intervir 20 "camaradas", segundo o secretário cessante para a informação.

Para a aprovação do relatório, os delegados reuniram-se à porta fechada e Norberto dos Santos Kwata Kanawa prevê que domingo se concluam as intervenções e seja encerrada esta primeira sessão.

O relatório do Comité Central é um extenso documento de 99 páginas, estruturado em nove capítulos dos quais despontam a vida interna, o partido, suas organizações sociais e associadas, o partido e o processo de paz e reconciliação nacional.

Completam o quadro, uma abordagem sobre o "Partido, o desenvolvimento democrático, a sociedade civil e as eleições", "o Partido e os Órgãos de Soberania", "Política de desenvolvimento económico - factor de progresso e bem-estar social", Relações Internacionais e Conclusões.

No período da manhã, o líder do Mpla discursou na abertura, dizendo que o partido deve preparar-se e estruturar-se de modo a vencer as lutas eleitorais, tendo para tal os seus membros que assumir a militância como um compromisso político com o Partido.

José Eduardo dos Santos afirmou que o seu partido é sensível à crítica geral da sociedade, dirigida a si e ao governo.
Garantiu que os novos Estatutos do MPLA consagram a liberdade de discussão, tolerância, reconhecimento e aceitação do pluralismo de opiniões no seio deste Partido e a liberdade de crítica e auto-crítica.

Segundo sublinhou, o MPLA, "com espirito de autocrítica, está a empreender esforços para melhorar a sua actuação nos domínios da gestão da coisa pública e da transparência dos seus actos, da educação, prevenção e combate ao Hiv/Sida e da organização, gestão democrática dos assuntos do estado e outros".

Por outro lado, afirmou que o MPLA sempre manteve laços profundos com as populações rurais, pois foi junto delas que desenvolveu essencialmente a sua luta de libertação, em prol da Independência nacional.

O Presidente do MPLA considerou que no âmbito das liberdades, o seu partido encara a Comunicação Social como um elemento chave do regime democrático.

Anunciou que uma Lei de Imprensa "mais adequada" às mudanças já registadas no país será oportunamente aprovada, podendo terminar o monopólio que o Estado até aqui detém sobre a televisão, com a possível abertura deste sector a operadores privados.

Antecedeu o discurso de abertura a leitura de mensagens de saudação aos delegados e convidados, da OPA e da JMPLA, organizações infantil e juvenil do partido, mas antes disso houve a entoação do hino do Mpla, seguido do cumprimento de um minuto de silêncio, em memória aos heróis tombados por Angola, e particularmente do primeiro presidente de Angola, António Agostinho Neto.

Ainda de manhã a JMPLA (organização juvenil do partido) autorgou ao presidente do MPLA a bandeira de honra da organização, depois de lida uma mensagem pelo seu primeiro secretario nacional, Paulo Pombolo.

Outro momento alto ocorreu quando Lúcio Lara, uma das mais mediáticas figuras do MPLA, foi homenageado pelo V congresso do partido, através de uma mensagem de louvor, na qual destacam-se as suas extraordinárias qualidades de resistência, firmeza e invulgar lucidez.

Joana Lina, delegada e membro da direcção cessante, que procedeu à leitura do documento, referiu que Lúcio Barreto de Lara dedicou toda a sua vida à causa dos mais nobres ideiais do MPLA.<> Devido a problemas com o seu estado de saúde, aquela personalidade, pediu o seu afastamento dos cargos de direcção e da vida política activa.

O Conclave realiza-se sob o signo "Mpla - Paz, Reconciliação Nacional e Desenvolvimento.

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