Luanda - Terça-feira, 30 de Dezembro de 2003 - 09:36 ANGOLA | ANGOP | PESQUISA | FALE CONNOSCO   
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MPLA e o Congresso da mudança rumo a prosperidade

Foto Angop

Luanda, 06/12 - O MPLA realiza de hoje à terça-feira próxima, em Luanda, o seu V Congresso Ordinário, que se tornará numa tribuna de reflexão sobre a experiência acumulada ao longo dos 47 anos da sua existência, com perspectiva nos desafios futuros, rumo a prosperidade.

O conclave, primeiro a decorrer num clima de paz efectiva, desde a sua fundaçao, à 10 de Dezembro de 1956, vai decorrer no recinto da Feira Internacional de Luanda (FILDA) e não no "Palácio dos Congressos", como em vezes anteriores.

Esta mudança de local deve-se a exíguidade do Palácio "10 de Dezembro" para albergar os cerca de 1.500 delegados, eleitos num processo orgânico que abarcou as estruturas do MPLA desde à base ao topo, em todas regiões de Angola e em países onde os Comités de Acção do Partido existem há mais de um ano.

Das estruturas do MPLA no exterior são aguardados representantes de Cuba, Portugal, França, Congo-Brazzaville, Brasil, EUA, Zâmbia, Itália, Inglaterra, RD Congo, África do Sul e da Namíbia.

Cerca de 40 delegações de partidos convidados vão acompanhar o conclave, que observadores políticos consideram histórico, a julgar pela viragem que o mesmo propiciará, não apenas no MPLA, mas também na vida do país.

Uma das medidas tidas pelos analistas como "revolucionária" é a rotura com o Centralismo Democrático, anunciada pelo seu líder, José Eduardo dos Santos, em Maio de 2003, filosofia que vigorava desde o I Congresso Ordinário, realizado em 1977.

Este rompimento permitirá o manifesto de correntes de opinião ou tendências no partido, podendo os militantes discordar de eventuais decisões dos órgãos de direcção e submeter o assunto à discussão e votação, de acordo com o secretário do MPLA para a informação, Norberto dos Santos "Kwata Kanawa".

A anunciada transferência das estruturas do MPLA dos locais de trabalho para os centros de residência é igualmente encarada como outra mudança significativa, porquanto fará com que o Partido no poder acompanhe de forma sistemática as acçoes das administraçoes locais tendentes a resolver os problemas que afligem as populações.

O surgimento da figura de vice-presidente no MPLA, cuja proposta será levada aos congressistas pelo Comité Central, assim como a renovação deste órgão em cerca de 42 por cento e o seu alargamento para 281 membros, contra os actuais 251, trará uma mais valia ao Partida face aos desafios eleitorais que se avizinham, segundo opiniões.

A grande expectativa em volta deste V Congresso centra-se nos poteciais candidatos aos postos da futura vice-presidência e na de secretário-geral, já que José Eduardo dos Santos, deverá concorrer a sua própria sucessão sem oposição, a julgar pela inexistência, até a data, de outra(s) candidatura(s).

De todo o modo, é ponto assente que o evento não se pronunciará sobre a candidatura ou não de José Eduardo dos Santos às eleiçoes presidenciais, relegado para tratamento em fórum próprio e momento oportuno.

Segundo "Kwata Kanawa", os objectivos do V Congresso são a eleição do presidente do partido, do seu Comité Central e estabelecer-se o programa para os próximos cinco anos.

Nesta base, espera-se que o conclave aprove planos e estratégias capazes de acelerar a resolução dos graves problemas que afligem o povo, visando a sua participação activa nas tarefas inerentes as próximas eleições gerais, ainda sem data marcada.

Para tanto, consideram os militantes que o V congresso será mais um "passo" na, já longa, trajectória do MPLA, cuja fundação, há perto de meio século, simbolizou um acto de coragem que visou a renúncia com o regime colonial português, então dominante no país.

Atentos à questões políticas recordam que o percurso e a acção do MPLA primou pela defesa das populações, tendo adoptado a luta armada como a via mais acertada para forçar os opressores a concederem a independência, proclamada à 11 de Novembro de 1975.

O V congresso, que realiza sob o signo "MPLA - Paz, Reconciliação Nacional e Desenvolvimento", tem a responsabilidade de reafirmar a vontade do partido em conduzir e a educar os seus militantes no espírito da tolerância, unidade da nação e reconstrução do país, rumo a prosperidade.

Por Damaso Gomes, Jornalista da Angop

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