Por: Jorge da Conceição

Lisboa, 05/11 (Da Delegação da Angop) - Os angolanos residentes em Portugal preparam com esmero o 28º aniversário da independência nacional cujo destaque vai para o que se convencionou chamar "festa da comunidade" a ter lugar no próximo sábado na Estufa Fria - Parque Eduardo VII, em Lisboa.

Para o efeito, diversas actividades políticas, culturais e desportivas estão em curso em diferentes pontos do vasto território luso, apesar das duras tarefas que grande parte dos membros da comunidade desenvolvem no seu dia a dia em Portugal.

O amor pela pátria, hoje livre do longo conflito que dilacerou parte importante do tecido social, forçando a que o país durante vários anos fosse paradoxalmente colocado no grupo dos mendigos desprestigiantes, tem retemperado as energias da grande comunidade angolana muito motivada com a paz irreversível que se instalou definitivamente.

Os passos curtos mas seguros que se registam, terminado o grande calvário, tem enchido de esperanças num futuro melhor para todos, apesar de todas as dificuldades que ainda vivem os angolanos.

É visível nos angolanos o optimismo, para além do profundo interesse em regressar a pátria, arregaçar as mangas e também contribuir para o engrandecimento de um país possuidor de recursos incalculáveis, capazes de dar aos angolanos a felicidade que bem merece.

Hoje, os angolanos orgulham-se por terem sido os próprios autóctones, responsáveis por ter posto ponto final a um processo conturbado, cujas consequências ainda são visíveis, embora seja notório o grande esforço que o governo desenvolve no sentido de se criar bases seguras para o relançamento do desenvolvimento económico de Angola.

As acções que hoje são desenvolvidas no país e que estão a ser acompanhados com interesse pela comunidade, permitem que a diáspora comemora com satisfação, prevendo a curto prazo o revirar de uma grande página que trará a felicidade, o bem-estar e a concórdia nacional.

A par do seminário onde, de 4 a 14 do corrente, irão ser debatidos vários painéis sobre a actual realidade política, económica e cultural de Angola, os angolanos sem excepção irão unidos independentemente de qualquer filiação partidária, num só, festejar este 28º aniversário num ambiente de festa numa organização exemplar da responsabilidade da Embaixada e Consulado-Geral em Lisboa, num convívio familiar a ser abrilhantado pelos músicos angolanos Don Kikas, Tony Jackson, Rei Hélder, Emiterio Varela, para além dos agrupamentos Banda Jazz e Dikanza Jazz. A responsabilidade musical estará a cargo do DJ Amorim e DJ Yuri.

Paralelamente, a noite lisboeta que será unicamente nacional, onde a angolananidade será indubitavelmente responsável por aquecer os dias frios que já são vividos, os quitutes da terra estão fortemente representados, com a apresentação da sua deliciosa gastronomia.

Para além da noite dançante que se perspectiva colorida, os presentes poderão apreciar as sempre convidativas muambas de dendém e de ginguba, kalulu de peixe, feijão de óleo palma, para além da indispensável kisaka, cacusso e outras iguarias.

Para o dia 15, a festa da independência se prolongará até ao Algarve, sul de Portugal, com um grande musical com a participação de músicos vindos do país.

Assim, a Banda Mega, da Televisão Pública de Angola terá a honrosa missão de acompanhar os conceituados artistas Carlos Burity, Margareth do Rosário, Lourdes Van-Dúnem e Voto Gonçalves convidados para oferecer a esta comunidade merecedora o bom som da nossa música encabeçada pelo semba.