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Luanda, 17/08 - O extremo Edmar Victoriano "Baduna" foi o destaque da
selecção nacional na vitória de 85-65 sobre a Nigéria na final do campeonato africano sénior masculino de basquetebol disputada hoje na cidade egípcia de Alexandria.
Baduna abriu o encontro com um lançamento triplo, marcando os primeiros três pontos
do 20 com que se sagraria melhor marcador da partida. Mas este quarto inicial foi "esquisito"
para o cinco nacional, que defendeu mal, permitindo lançamentos exteriores fáceis.
Em consequência, Angola terminou com uma desvantagem de 22-24, mas chegou a
estar a perder por seis pontos a 2:13 do fim. A recuperação foi feita com um lançamento triplo
(18-20) do suplente Víctor Carvalho, que foi o melhor triplista do campeonato, pelo inevitável
Baduna que nestes dez minutos marcou 13 pontos.
O segundo quarto já foi normal, a principal arma do combinado nacional começou
a funcionar com eficácia provocando turnovers sucessivos e assim a Nigéria foi
"desaparecendo" aos poucos.
Tudo começou com Abdel Boukar a empatar a 24 pontos, Jean Jacques "descolou" para 26-24 e Miguel Lutonda consolidou com dos lançamentos triplos seguidos que passou de 26-24 para 29-24 e depois para 32, estava então a desenhar-se o triunfo e consequentemente
o sétimo título e a quarta presença sucessiva em jogos Olímpicos.
Mas antes do intervalo o jogador mais regular da selecção nacional durante o
campeonato e o que teve influência capital nesse êxito, Jean Jacques, anotou um triplo em
momento importante.
Quanto o adversário experimentava uma recuperação de 37-28 para 37-32, o veterano
jogador angolano converteu um triplo que fechou a primeira parte em 40-32 e criou condições
psicológicas para a selecção rumar par o hepta-campeonato.
O penúltimo quarto foi o consolidar da superioridade que nunca esteve em causa mas que no início não fora acompanhada da necessária concentração. O marcador foi crescendo até atingir a diferença de 20 pontos a meio desse período (54-34). A partir daí os angolanos
empreenderam uma gestão do resultado que chegou a 58-42 à entrada dos últimos dez minutos.
Neste quarto, o extremo base assumiu o proganismo com três dos seus quatro triplos
da noite, tendo fechado o jogo e a competição dessa forma.
Quando já estava tudo praticamente resolvido registou-se a quinta falta de Jacques,
que com uma ficha de jogo de 10 pontos, 100 por cento em lances livres, dois em seis tentados
nos lançamentos de três pontos, quatro ressaltos e quatro turnovers, sendo o segundo jogador
mais utilizado com 36:35 minutos, só superado pelo homem do jogo.
Baduna, que jogou praticamente todo o jogo, 38:44, foi o melhor nos dois pontos com
cinco convertidos em seis tentados, o melhor marcador com 20 pontos, apesar de só ter
convertido dois dos seis triplos tentados.
Também se destacou nos "roubos" e foi rei dos ressaltos (8), enquanto que nos lances livres converteu quatro em nove - só superado por Lutonda que acertou sete vezes das oito
que tento - e teve três turnovers e quatro faltas, tendo neste aspecto igualado o irmão Ângelo.
Lutonda, com 15 pontos, foi o segundo melhor cestinha da equipa e o "rei" das
assistências (3). Carlos Almeida marcou 14 dentre os quais quatro triplos em oito, enquanto que
Victor Carvalho terminou com 13, valendo os três lances dos 6,25 m que acertou em cinco
tentados.
Esta foi a segunda vitória sobre a Nigéria numa partida de atribuição do título, depois
da edição de 1999, em Luanda, com triunfo de 79-72.
Angola distanciou-se dos seus principais adversários no ranking que são Egipto e
Senegal, com cinco títulos para cada um.
A selecção nacional arrebatou definitivamente o trofeu, pela segunda vez. A primeira
foi quando ganhou sucessivamente o Afrobasket em 1989 (Luanda), 1991 (Cairo), 1993 (Nairobi).
Os outros trofeus foram conquistados em 1995 (Argel), 1999 (Luanda), Marrocos (2001) e agora Alexandria 2003.
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