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Por: Pedro da Ressurreição
Luanda, 13/08 - A selecção nacional manteve intactas as
aspirações de revalidar o ceptro no Campeonato Africano sénior masculino
em basquetebol, Alexandria 2003, mas ficou algo prejudicada pela relativa
fragilidade dos oponentes na primeira fase concluída terça-feira.
Os hexa-campeões continentais venceram os cinco encontros programados
para o grupo B da competição que decorre desde dia sete em Alexandria,
tornando-se na única formação sem derrotas em toda prova.
Todavia, o desempenho dos pupilos do professor Mário Palma foi
inconstante, mais pelas facilidades encontradas do que por falta de
capacidade competitiva.
Os três triunfos por mais de 100 pontos reflectem essa acessibilidade
e provocou nos principais jogadores do conjunto um relaxamento, que acabou
por ser prejudicial, nomeadamente no balanço estatístico do fim da
primeira etapa da prova.
Os números finais da fase preliminar colocam Angola apenas uma vez
no primeiro lugar: melhor lançador de três pontos (Víctor Carvalho). Os
mais próximos do topo são os "tampões", em quarto através de Abdel
Boukar, igual posto ocupado nas assistências por Gerson Monteiro.
A estreia diante dos senegaleses (73-60) e o jogo da terceira
jornada frente à Tunísia (71-63) acabaram por ser os únicos testes a
sério e mesmo assim porque Angola não teve em dia sim a sua principal
arma no ataque: o lançamento de longa distância.
Com os demais adversários, todos derrotados por mais de 100 pontos,
os campeões africanos não reagiram a melhor maneira às facilidades
encontradas e, deste modo, não realizaram o pretendido ensaio para a fase
mais séria que se inicia quinta-feira contra o Egipto.
A gestão do plantel também pareceu algo desequilibrada sobretudo nos
jogos mais fáceis, pois a maioria dos suplentes só "apareceu" no último.
Mesmo assim, a exibição da primeira fase deixou perceber que os
hexa-campeões africanos são capazes de muito melhor e que continuam
a ser os fortes candidatos ao título.
Em termos de personalidades, a integração de Jean Jacques está a
ser de extrema utilidade, pois foi preponderante e o mais produtivo nos
dois jogos a sério até agora realizados. O mesmo não se pode dizer do
"americano" Joaquim Gomes "Kikas" que, entretanto, ficou engripado no
princípio da prova.
O outro jogador "das tabelas", Abdel Bouckar, está a ter uma estreia
de acordo com o previsível. Ainda não se adaptou ao ambiente do Afrobasket.
A nível dos distribuidores, Miguel Lutonda, que ostenta o título de
MVP da prova, ainda não explodiu, enquanto Walter Costa tem crescido de
jogo para jogo.
Entre os lançadores, Baduna Victoriano teve alguns laivos da sua
peculiar espectacularidade, mas promete mais. Carlos Almeida - em
inferioridade física - vai acertando lentamente. Gerson Monteiro e Afonso
Silva não têm tido muitas oportunidades, principalmente o último.
Por fim, o suplente Victor Carvalho assumiu a liderança dos
marcadores, sendo já o melhor "triplista" da competição.
Durante a primeira fase, além de alguma falta de ritmo competitivo
notou-se nos primeiros encontros uma supremacia do jogo interior em
detrimento do exterior, uma especialidade dos angolanos.
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