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Por: Pedro da Ressurreição
Luanda, 08/08 - Os adeptos do basquetebol aguardam a estreia hoje da selecção nacional no Afrobasket 2003 com optimismo face ao potencial dos hexa-campeões de África, mas também preocupados porque correm o risco de não poderem acompanhar o encontro por falta de energia eléctrica.
A abertura quinta-feira em Alexandria (Egipto) da 22ª edição do campeonato africano sénior masculino de basquetebol coincidiu um período de restrições no fornecimento de luz eléctrica à capital angolana, que poderá durar 10 dias.
Os habitantes do principal centro de desenvolvimento da modalidade no país a par da euforia que habitualmente os envolve nestas ocasiões vêem-se confrontados com este contratempo causado por trabalhos de manutenção na rede.
Expectantes e ansiosos para verem desfilar aquela que consideram por unanimidade a mais forte selecção de todos os tempos, o frenesi aumenta na busca do local onde se possa assistir à tão esperada estreia.
Apesar de o jogo de hoje ser contra um forte adversário, o Senegal cinco vezes campeão africano, os adeptos demonstram um optimismo sem senão, apoiado na qualidade e experiência do plantel, que depositam as maiores esperanças no veterano Jean Jacques, no MVP de África Miguel Lutonda e ainda com o reforço vindo da Universidade norte-americana de Valparaiso, Gomes
Kikas.
Um impulsionador importante para este ambiente que se vive ao redor do Afrobasket, apesar da distância entre Luanda e Alexandria, tem sido o desempenho da comunicação social nacional que faz uma cobertura global do evento.
O canal da Rádio Nacional de Angola especializado em desporto, Rádio-5, uma das emissoras mais ouvidas no país, iniciou há quase um mês uma programação em que escalpeliza o Afrobasket. Além disso, a RNA incrementou nos seus serviços noticiosos esse tipo de informação inclusive sendo destaque nos espaços de maior audiência informativa como o "Manhã Informativa". Hoje, por exemplo, este programa convidou Bi-Figueiredo, antigo secretário da Federação Nacional, depois de já lá ter passado o presidente da Federação Angolana de Basquetebol, Pires Ferreira.
Na mesma linha está a emissora LAC (Luanda Antena Comercial), que apesar de não ser especializada, alterou a sua programação para adaptá-la ao calendário da prova. A transmissão em directo de todos os jogos de Angola, espaços de debate de mais de um hora (Rádio Conferência), bem como apontamentos em todos os espaços noticiosos. Por esta razão vários programas da sua "grelha" habitual estarão suspensos ou sofrerão alteração de horário.
Também a Televisão Pública (TPA), que assegurou a transmissão em directo das partidas de Angola, tem dado nos seus horários nobres mais tempo ao Afrobasket, enquanto o Jornal de Angola, único diário do país, preencheu quatro páginas para a apresentação do certame e tem asseguradas duas páginas diárias sobre a competição.
A emissora da Igreja Católica não fez alterações, mas melhorou os programas já existentes sobre desporto: "Fora de Campo", com meia hora de desporto, e "Frente Desportiva", emitido aos domingos durante cinco horas e meia.
Paradoxalmente, o único jornal especializado, o bi-semanário Jornal dos Desportos, tem dado menos espaço ao assunto, gastando apenas uma página em 24.
Portanto, as conversas giram à volta do tema e até os menos entendidos buscam informações, e a medida que se aproxima a hora do jogo cresce não só a ansiedade, mas também a preocupação e a incerteza quanto a possibilidade de assistir à partida devido à restrição no fornecimento de energia eléctrica causada por trabalhos de manutenção na rede.
Apesar deste senão, a população diz-se preparada, "mesmo que tivermos que utilizar um rádio a pilhas", para empurrar a selecção para uma vitória que seria o mote para o hepta-campeonato e para um fim-de-semana mais festivo.
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