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(Pedro da Ressurreição)
Luanda, 8/8 - O encontro Angola-Senegal desta noite colocará em campo
duas das selecções que mais venceram o Afrobasket com um total de 11 títulos continentais, mais de metade dos trofeus já disputados no campeonato africano sénior masculino de basquetebol
cuja 22ª edição abriu quinta-feira em Alexandria (Egipto).
Angola, actual detentora do ceptro, é a mais titulada do continente com seis títulos, enquanto a selecção senegalesa subiu ao degrau de maior relevo do pódio em cinco ocasiões,
tal como o Egipto. Estes países formam o trio de multi-campeões africanos com 16 triunfos em 21 edições. Os restantes cinco títulos estilo distribuídos por Costa do Marfim (2), República Centro-africana (2), Marrocos (1).
Para a partida de hoje, que constitui o cartaz da primeira jornada, os angolanos apresentam-se claramente em vantagem, quer pelas estatísticas quer pelo momento actual dos oponentes.
Embora a equipa técnica angolana se mostre reservada, admitindo não dispor de informações substanciais sobre o adversário, a imprensa refere que os senegaleses tiveram uma preparação aquém do desejado tendo em conta os objectivos na competição.
Viram cancelado o estágio pré-competitivo programado para a Lituânia e, sobretudo, quando faltava uma semana para o arranque da prova não dispunham dos seus jogadores mais referenciados, que concorrem à entrada para a liga profissional norte-americana (NBA).
A preparação foi, por isso, totalmente caseira, sem o grupo completo e com jogos de preparação diante de oponentes de nível inferior. Ao contrário, Angola realizou seis semanas de treinos na região espanhola da Galiza e dispõe dos seus melhores executantes do momento, incluindo Jean Jacques da Conceição, a principal referência do basquetebol angolano.
Os números também favorecem os hexa-campeões que venceram sete dos oito confrontos entre si. A única derrota aconteceu em Dakar e afastou o combinado nacional da sua sétima final em oito edições.
A primeira vez que estas duas formações se enfrentaram foi coincidentemente em Alexandria, há 20 anos, com triunfo por 68-61 nas meias-finais.
Seguiram-se vitórias no Afrobasket de Cairo`1991, nas preliminares por quatro pontos (68-64) e depois na final por seis (71-66). Em Nairobi`1993, a selecção de Jean Jacques conquistou o tri-campeonato e trouxe a taça definitivamente para Luanda. na ocasião, voltou a afastar os senegaleses da final ao derrotá-los por 91-80.
Argel`1995 registou o resultado mais expressivo do historial de êxitos de Angola sobre o Senegal, precisamente na edição que antecedeu à única vitória senegalesa. Na capital argelina os angolanos venceram nas preliminares por expressivos 73-51 e depois no jogo para a atribuição do
trofeu por 68-55 - que deu o quarto título africano consecutivo.
Em Dakar`1997 aconteceu o único desaire, por 47-53, nas meias-finais, quebrando assim o ciclo triunfal que os angolanos haviam iniciado em 1989 na cidadela desportiva em Luanda.
Mas o domínio do pódio foi retomado em Luanda na 20ª edição da prova e mantido em Marrocos`2001 com a conquista do sexto título e a liderança do ranking africano. Para este feito inédito contribuiu a vitória sobre o seu opositor de hoje por 68-60 ainda na fase preliminar.
Desde a sua estreia no Afrobasket, em 1980, na 10ª edição em Rabat (Marrocos), a selecção nacional subiu dez vezes ao pódio: além dos seis primeiros lugares (contra apenas dois do Senegal no mesmo período), teve ainda dois segundos e igual número de terceiros.
No mesmo período, os senegaleses foram duas vezes campeão - a última das quais para interromper a caminhada dos angolanos -, duas vezes medalha de prata e três de bronze. br>
Mas há duas edições que o Senegal tem estado afastado do quadro de honra. Em 2001 ocupou um modesto sétimo lugar final repetindo a classificação da edição anterior (1999).
São estas duas formações que se vão defrontar esta noite para o grupo B, no qual são os candidatos naturais aos lugares cimeiros. Por isso, Angola e Senegal descem ao pavilhão Moubarak de Alexandria com pensamento do cruzamento das meias-finais. No grupo A, são
principais candidatos ao apuramento o Egipto, Nigéria e Argélia.
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