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Por Pedro da Ressurreição

Luanda, 06/08 - A selecção nacional detém o record de presenças consecutivas no pódio do campeonato africano de basquetebol sénior masculino, ao permanecer sobre os degraus ininterruptamente desde a edição de 1983. Nos 12 campeonatos em que participou, Angola apenas falhou na sua estreia (Marrocos`1980), e na edição seguinte em Mogadíscio.

Com efeito, a selecção nacional começou a sua participação no Afrobasket cinco anos depois da conquista da independência, que aconteceu a 11 de Novembro de 1975. Na altura, já tinham sido realizadas nove edições da prova. Egipto e Senegal seguem-se com sete presenças cada um.

Na sua estreia, feita na cidade da Rabat e com o actual técnico (Mário Palma), a selecção nacional ocupou o sétimo lugar entre 11 países. Esta histórica participação ficou também marcada pela primeira vitória de Angola na prova continental ao vencer com "chapa 100" a Guiné Konakry (102-88) e pelo facto de estar a vencer ao intervalo do jogo de estreia a formação da casa por 39-35.

Na edição seguinte, entretanto, Victorino Cunha, então chamado a dirigir o grupo, foi incapaz de superar a performance anterior, piorou a classificação para nono lugar, ante-penúltimo classificado. Deste modo, contudo, os resultados conseguidos evidenciavam já o crescendo do conjunto nacional, mas ainda prevalecia gritante inexperiência. Por exemplo, depois de ter perdido para os donos da casa por 10 pontos (71-81), perdeu por apenas dois pontos com a Tunísia, num embate que até estava em vantagem ao intervalo por 38-21. No jogo seguinte, deixou escapar o triunfo sobre a Argélia ao perder por um ponto (84-85).

Porém foi a segunda e última vez que os angolanos se classificaram na parte inferior da tabela, pois em 1983, precisamente em Alexandria, a selecção alcançaria a sua primeira medalha, ao ocupar o segundo lugar, ao Sair derrotada da final diante... dos anfitriões.

A história repetiu-se dois anos depois, em Abidjan, tendo ficado sem o título por derrotada no jogo decisivo, uma vez mais com os donos da casa. Nesta prova, os angolanos venceu pela primeira vez o poderoso Egipto (nas meias-finais), mas soçobraram diante da Costa do Marfim Na final por 73-84.

Depois deste embalo e quando tudo indicava que chegara a altura de assaltar o lugar mais alto do pódio, Angola porém desceu um degrau no pódio na edição de 1987 (Tunis).

Tratou-se efectivamente de um breve adiamento, de dois anos, pois Luanda`1989 proclamou um novo campeão africano que viria a ser um "viciado" do título. No pavilhão da cidadela desportiva, a selecção nacional chegava ao seu primeiro trofeu africano com triunfo sobre o Egipto por 89 - 62.

Nesta estreia da capital angolana na organização de um Afrobasket, os anfitriões vincaram a sua capacidade ao obter resultados bastante desnivelados. Antes dos 27 pontos de vantagem na final, bateram a Costa do Marfim por 72-57, a Tunísia por 83-66, o Marrocos por 90-50 e o Egipto (71-61). Mas a mais expressiva foi contra o Quénia 110-40.

Os três campeonatos seguintes - Cairo`91, Nairobi`93 e Argel`95 - Angola somou ouro em África e fez-se tetra-campeã continental.

A corrente quebrou-se em Dacar`97, quando a formação liderada pelo primeiro técnico a oferecer uma medalha em sénior masculino ao país.

A equipa de Vlademiro Romero não resistiu à pressão anfitriã nas meias-finais perdendo por 47-53, um resultado que já vinha desequilibrado desde o intervalo (36-19).

Em 1999, com a prova a regressar à capital angolana e com a estreia da cidade nortenha de Cabinda, a selecção nacional resgatou o título, superando a Nigéria por 79-72 na final.

O "hexa" foi criado em Casablanca e Marrocos, numa fase em que a supremacia de Angola era reconhecida por todos. Trata-se de algo inédito - Seis títulos e em tão pouco tempo.

Será com esta folha de serviço que os angolanos vão iniciar sexta-feira, em Alexandria, a conquista do sétimo título continental e a quarta presença nos Jogos Olímpicos.

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