Luanda, 10/03 - Pelo menos 15,2 milhões de pessoas da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) carecerão de assistência alimentar, num total de 1,6 milhões de toneladas, até ao fim do mês em curso.

Este ponto de vista saiu da reunião do Conselho de Ministros, que se realizou em Luanda, durante dois dias.

Segundo os ministros, embora o apelo conjunto SADC/Nações Unidas para ajuda de um montante de USD 611 milhões, lançado em Julho de 2002, tenha sido financiado na sua totalidade pelos doadores, para as necessidades alimentares. As necessidades não alimentares têm um défice de cerca de 70 por cento.

De referir que as necessidades não alimentares incluem a recuperação da agricultura, a saúde, educação, água e saneamento.

Foram doados um total de USD 779,8 milhões que cobre mais de 100 por cento das necessidades alimentares.

O Programa de Recuperação da Agricultura recebeu apenas USD 107 milhões ou seja 34 por cento dos 31,2 milhões necessários. Tal situação, segundo os ministros da SADC, afectou negativamente o programa.

Para o efeito, o Conselho apelou à Comunidade Internacional para financiar as necessidades não alimentares e notou que os Estados Membros afectados estão a tratar o problema da fraca produtividade e produção agrícola, através da adopção de medidas como o aumento na alocação dos recursos para o sector da agricultura.

Priorizar a agricultura de irrigação para reduzir o excesso de dependência da agricultura alimentada pelas chuvas, a realização de um estudo de viabilidade sobre as formas alternativas de reservas alimentares está inserido nos planos.

A diversificação da produção de culturas alimentares e da dieta para incluir raízes e tubérculos, legumes e outras culturas resistentes à seca consta das medidas.